Um dos privilégios de trabalhar com tradução de quadrinhos é o de passar alguns minutos a mais com cada página de quadrinho. Como tradutor, meu foco devia ser o que está nos balões, nos recordatórios, nas onomatopeias, e o que devia me interessar dos desenhos é o que eles têm de narrativo, o que tem que jogar com o texto. Mas a página desenhada está ali, aberta, grandona, e o olho não deixa de passear pelo nanquim, pelas cores, pela composição, pelo bonito da coisa.
Independente do que estiver no texto, faz bem aos olhos trabalhar com páginas do Frank Quitely, do Barry Windsor-Smith, da Eleanor Davis, da Jillian Tamaki. Aquelas desenhos em que eu ia me deter um minuto, segundos numa leitura normal - e que ficam abertos durante cinco minutos, dez minutos, mais, ampliados em um monitorzão, enquanto eu trabalho no Word na outra tela. Páginas que eu vou ver de novo e de novo nas revisões da tradução.
Como tenho traduzido muito gibi de Conan, tenho convivido demais com páginas de John Buscema. Passei por mais de 1000 páginas de Buscema nesses dois anos. Ele foi o artista principal, embora não o exclusivo, de três dos quatro Omnibus que já traduzi com o bárbaro do cuecão, os que têm histórias dos anos 1980.
Como andei traduzindo muito John Buscema, resolvi que queria saber mais sobre John Buscema.
John Buscema é “Buscemão” para os fãs do Brasil. O “ão” vem dessa presença pesada do homem nos gibis da Marvel dos anos 1960 a 1990, e em milhares de republicações. Ou esse “ão” vem da sua arte grandiloquente, barroca, muscular, de corpos em agonia caravaggiana. Ou do fato de ele ter um irmão mais novo, Sal Buscema, o “Busceminha”, que também teve larga carreira nos gibis. Ou de ele ser um italianão gordão parrudão. Você escolhe o motivo do “ão”.
Comecei minha pesquisa sobre Buscemão neste livro de capa horrenda, JOHN BUSCEMA: MICHELANGELO OF COMICS, de Brian Peck. É mais um coffee-table book do que uma biografia, mais carregado de originais e ilustrações de Buscema do que de um texto bom. Já falei que a capa é horrenda?
É um livro que fracassa tanto em ser um bom livrão de arte quanto uma boa biografia. É todo em preto e branco, dá pouco respiro para originais que precisavam de reprodução maior, identifica algumas artes de forma errada nas legendas; a revisão é porca.
Na parte textual, é uma biografia feita por fã sem experiência com biografias: as informações são catadas em entrevistas feitas por outros, em revistas sobre quadrinhos, em um e outro comentário que saiu nos próprios gibis. O autor preocupa-se mais em dizer quais edições de AVENGERS o homem desenhou e não desenhou - a biografia-checklist, como várias de figuras dos gibis - do que em fazer uma pesquisa, por exemplo, sobre a família do homem ou pegar e ler seus contratos.
Mas o livro delineia a carreira do Buscemão, pelo menos. Giovanni Natale Buscema - pois é, John era apelido - nasceu em 1927 no Brooklyn. Começou a trabalhar na Timely (a futura Marvel) em fins dos anos 40 e foi demitido devido a uma patacoada do Stan Lee de contratar mais quadrinhos do que podia publicar. Soldado na Coreia nos 50, depois ele virou frila em gibi romântico, gibi de faroeste e gibi histórico para um monte de editoras. Em algum momento largou os gibis e foi trabalhar com publicidade.
Em fins dos anos 1960, quando a Marvel estava no auge, Stan Lee telefonou e ofereceu um contrato que daria um pouquinho mais de dinheiro que a publicidade. Buscema ainda seria frila, sem estabilidade, mas podia trabalhar em casa.
Não ter que pegar o carro e enfrentar o engarrafamento de Long Island a Nova York foi o que levou o homem, a partir daquele telefonema, a passar os trinta anos seguintes desenhando gibi. Quase sempre da Marvel. Em casa.
Hoje, em tempos de artista com Instagram, convidado em evento de quadrinho da cidadezinha do Texas até a Índia, com dezenas de sites, podcasts e youtubers entrevistando artista a todo momento, é difícil imaginar caras como John Buscema que ficavam no seu quartinho, trabalhando sem falar com ninguém, nem postando WIP.
Buscemão deu pouquíssimas entrevistas durante a carreira. Também saía pouco de casa, onde vivia com esposa e dois filhos. Outros profissionais que trataram com ele falam tanto de um homenzarrão turrão, um urso - “a big bear of a man”, escreve Roy Thomas; “Big John”, como apelidou Stan Lee em raro momento sem aliterações - quanto um cara afável. Não exatamente simpático, mas de bom coração. Todos concordam que trabalhava pra cacete e muitos se perguntavam como ele trabalhava pra cacete.
Buscema chegou a desenhar sete páginas de quadrinhos por dia. Hoje, um desenhista de quadrinhos da Marvel luta para produzir uma por dia. Eram outros tempos, em que a exigência dos editores quanto a detalhismo era outra. E Buscema só fazia lápis - às vezes bem solto, esboçado - enquanto os artistas de hoje vão do lápis detalhado à arte-final, quando não cores. Mesmo assim, sete páginas por dia era uma produção poderosa na época de Buscemão.
No lugar daquele livro, achei um acesso melhor à cabeça e alma de John Buscema em uma edição especial da ALTER EGO, a revista/fanzine de Roy Thomas. Em 2002, poucos meses depois da morte de Buscemão, saiu uma edição-tributo - a da capa feinha logo cima. O melhor da edição é a transcrição de uma longa entrevista que Buscema deu no palco, ao próprio Thomas, na Comic-Con de San Diego em 2001.
Buscemão estava com 73 anos, nos últimos meses de vida. A entrevista pinta o homem melhor do que um livro inteiro.
Ele começa piadista. Chega atrasado, senta, ganha muitos aplausos e solta: “Não tem como superar isso aí. Vou pra casa.” E finge que vai se levantar para ir embora.
Primeira pergunta de Thomas: “Você tem ideia de como desenhou tantos gibis na sua carreira?”
Buscema: “Não tenho a menor ideia.”
Thomas: “Com que idade você percebeu que consguia desenhar melhor que todo mundo desenha naquela idade?”
Buscema: “Não entendi a pergunta.”
As respostas são curtas e grossas até ele entrar num assunto que gosta: Buscemão sempre achou que ia ser demitido. Mesmo quando assinou contrato com a Marvel e tinha uma leve garantia de trabalho fixo, ele sempre achou que iam descobrir um cara que desenhava melhor e que ele ia ser demitido no dia seguinte.
Buscema: “Eu acho que, se a pessoa leva seu trabalho a sério, ela nunca fica satisfeita. Ela vai achar que o carinha que tá olhando seu trabalho acha a mesma coisa. ‘Ele podia fazer melhor’. Sempre me senti assim. E teve várias vezes em que eu tive que vencer um prazo, venci, entreguei o trabalho e fiquei esperando o telefonema. Ninguém ligou. Aí fiquei tranquilo e tive uma notie de sono.”
Lembrando que é Buscema, 73 anos, desenhando profissionalmente desde os 20 e poucos, com todo direito de falar o que quiser, e o assunto que ele quer tratar é: eu nunca me satisfiz.
Buscema: “Eu preciso desenhar todo dia. Eu desenho sete dias por semana. Se eu não desenho, eu fico infeliz. Prefiro desenhar a comer. Eu sou assim. De repente eu já perdi uns parafusos, sei lá, mas esse é o meu esquema.”
Uma coisa que sempre se comentou sobre Buscema era que ele tinha ódio de super-heróis. É óbvio que desenhou muitos durante a carreira. Chegou a trabalhar com Stan Lee em COMO DESENHAR QUADRINHOS NO ESTILO MARVEL, um manual sobre desenho de super-herói que ainda é referência. Tinha motivo para ele voltar sempre que podia a Conan, o não-super-herói que a Marvel publicava.
Buscema: “Eu não devia falar isso porque… bom, não estou nem aí. Já me aposentei, então vou dar a real. Eu acho que a coisa mais boba do mundo é um cara de cueca voando. Eu acho imbecil. Desculpa, é o que eu penso. E eu gostava de Conan porque ele é real. Ele se machuca, ele não voa, ele bate na porta antes de entrar. Derrubam ele no chão e ele é real. Tudo que tem a ver com super-herói… eu acho bobo, não dou conta. Eu acho Homem-Aranha o gibi mais bobo que já fizeram. [risos da plateia] Stan Lee, me desculpe. É o que eu penso.”
Buscema trabalhou em Conan, entre idas em vindas, de 1973 a 1999. Vinte e seis anos. Devia ter começado antes, quando Conan estreou na Marvel, em 1971, mas na época já era um dos caras mais bem pagos da editora e Martin Goodman não quis investir tanto num gibi que talvez não desse certo. CONAN THE BARBARIAN acabou ficando com o jovem Barry Windsor-Smith. Mas Windsor-Smith saiu com CONAN vendendo bem, Buscema assumiu e hoje qualquer desenhista de Conan tem que copiar Buscema ou ser xingado pelos barbarófilos.
Tem uma anedota famosa que Roy Thomas lembra na entrevista, de que Buscema desenhou uma adaptação de O MÁGICO DE OZ para os quadrinhos de memória. Eram os anos 1970, não havia videocassete nem nada do tipo. MÁGICO DE OZ era um filme de 1939. Buscema trabalhou a partir de fotos do filme, mas diz que foi principalmente de memória.
“Acho que eu nasci com um tiquinho de memória fotográfica. Hoje eu não tenho. Não lembro do que eu jantei ontem. Mas, naquela época em que eu comecei a trabalhar, sim. Eu lembro, por exemplo, dos filmes do Errol Flynn de Robin Hood. Eu lembro de cada cena do filme. Mas quando eu vi O Mágico de Oz… acho que foi 1939? 1940? Eu lembro de tudo, do início ao fim, fora uma e outra cena que eu errei e tivemos que corrigir. Mas, sim, eu lembro de cada minuto do filme. Não me pergunte como. Se é uma coisa que me interessa, eu não me esqueço.”
Uma pessoa da plateia diz que não acredita. Buscema brinca de ofendido e diz que vai embora. Roy Thomas enfatiza que todo mundo acha a história incrível.
Buscema: “Então deixa eu contar de quando trabalhei com Stan Lee em SURFISTA PRATEADO. Vou repetir: na época eu registrava uma imagem na mente e conseguia lembrar semanas depois. Eu ia a Nova York, nós sentávamos para conversar, eu e o Stan, nós discutíamos um argumento de SURFISTA PRATEADO. Ficávamos trocando ideias até que, uma hora e meia depois, sei lá quanto tempo, eu ia embora e não pensava em mais nada. Quando eu chegava em casa, eu conseguia lembrar de cada cena que tínhamos discutido naquele dia. Eu tinha essa capacidade. Não sei se é grande coisa, mas hoje eu não consigo mais. Não me pergunte o que eu jantei ontem.”
Roy Thomas: “Você estava do meu lado no buffet italiano.”
Buscema: “E é pra eu lembrar disso?”
Quando uma pessoa da plateia o compara a Michelangelo e Rubens, Buscemão agradece e disse que descobriu Michelangelo em um livrão de arte na biblioteca a meia quadra de casa, quando era criança no Brooklyn.
“Aquele livro não podia retirar. Eles não emprestavam os livrões. Então eu pegava um bloquinho de aquarela, dos que eu tinha como comprar, e copiava Michelangelo até conhecer Michelangelo de cor.”
Pergunta da plateia: Você confere os seus gibis?
Buscema: “Se eu trabalhava numa revista, eles me mandavam [depois de pronta]. Aliás, todas as editoram mandavam, a DC, qualquer que fosse, sempre me mandaram uma pilha de gibis. Eu nunca olhava o que era meu. Eu pegava e jogava dentro do armário. Passado um tempo, acho que meses, eu pegava, dava uma olhada, folheava. Porque eu sabia que não ia gostar. Não tanto das cores, isso eu não dava bola. O que me fazia subir pelas paredes era a arte-final. Quase sempre eu achava ruim.”
Os Omnibus de Conan que tenho traduzido trazem comentários dos roteiristas da época, e muitos falam do medo que tinham de Buscema. Em uma revista como CONAN THE BARBARIAN, afinal, qualquer outro envolvido estava abaixo de Buscema - e, se Buscema desgostasse do roteirista, o roteirista era demitido. Aconteceu com J.M. DeMatteis, por exemplo.
Apesar de tudo de ruim que se fala do método hoje em dia, Buscema adorava o roteiro “Marvel Style”: a partir de um argumento - uma sinopse curta, ou mesmo um bate-papo entre escritor e desenhista - o desenhista criava todo o quadrinho. Como a história seria contada página a página, onde iriam balões de fala e recordatórios, a narrativa e o ritmo da HQ eram decisões do desenhista. Depois, as páginas voltavam para o escritor bolar todos os textos.
Buscema: “A única diferença entre Marvel e DC é que eles [DC] trabalhavam com roteiro final e nós trabalhávamos com uma sinopse. Tínhamos uma cacetada de liberdade. E é o melhor jeito de trabalhar, porque o escritor não consegue visualizar a história do jeito do artista.”
Ou seja, Buscemão tinha um controle das HQs do qual não queria abrir mão. Em CONAN, havia épocas em que ele queria, por exemplo, mais histórias fechadas em uma edição só - para não ter que ficar desenhando os mesmos coadjuvantes e mesmos cenários durante meses. Ele queria variedade. Ou podia querer o contrário: que a história se estendesse mais para ele continuar desenhando aqueles mesmos coadjuvantes, aquela mesma ambientação. O roteirista estava a seu serviço. Ou Buscema dava um toque o editor e o roteirista caía fora.
É algo difícil de considerar hoje, em que os roteiristas tendem a ser vistos como “donos” das séries.
Não lembro se foi na ALTER EGO ou naquele livro ruim que eu li que, no fim da vida, Buscema só trabalhava o suficiente para poder tirar férias com a esposa, uma vez por ano, na Itália. Também foi no fim da vida que ele topou aparecer em convenções, bater papo com os fãs, dar uma e outra entrevista. Tem até uma em vídeo, em que ele parece um vô bonachão.
Roy Thomas está sempre na volta dessas memórias sobre Buscema. Os dois trabalharam juntos durante toda a carreira, principalmente em CONAN e VINGADORES. Foi Thomas que entrevistou Buscema naquela San Diego Comic-Con e foi Thomas que editou a ALTER EGO com a transcrição da entrevista. É Thomas, também, que assina a introdução de MICHELANGELO OF COMICS.
Nessa introdução, o colega dos roteiros comenta: “Nunca fomos amigos íntimos. E admito que me magoei quando ouvi dizer que ele me chamou de ‘idiota’ por causa dos meus gostos em certas searas. Mas sei que ele usou essa palavra para falar de quase todo mundo com quem ele trabalhou, em algum momento da colaboração. Ou melhor, com todo mundo que ele não tratou por nomes mais vis, pois tinha gente que ele odiava mais. Era o jeito dele.”
Thomas lembra de quando Buscema fez seu primeiro projeto de Conan em que a Marvel lhe entregou tudo: escrever, desenhar, arte-finalizar, colorir. Foi uma graphic novel chamada CONAN THE ROGUE (espero que entre em um dos Omnibus que ainda vou traduzir). Na última hora, Buscema decidiu que não ia conseguir escrever os balões. Chamou Thomas.
Thomas: “É claro que antes disso, e talvez depois, ele me chamou de ‘idiota’. Mas quando ele quis alguém pra dialogar o gibi do Conan, me chamou. E isso foi importante pra mim.”
Buscema faleceu de câncer no estômago em 10 de janeiro de 2002, aos 74 anos. Espero que ganhe várias retrospectivas daqui a uns anos, em 2027, quando faria seu centenário. Tomara que saia uma biografia boa desse italianão turrão da memória fotográfica, que odiava super-herói com cueca por cima da calça e que definiu o Conan como aquele cara que anda de cuecão peludo.
[Depois de escrever o texto, enquanto pesquisava imagens para ilustrar, achei um livro espanhol chamado BIG JOHN BUSCEMA, de Florentino Flórez, que parece o coffee-table definitivo sobre Buscemão. Também parece melhor que os outros. Talvez seja a melhor biografia do homem? A descobrir. Se você já leu, me diga.]
Muito obrigado a todos que responderam a minhas perguntas na newsletter da semana passada. Assim que eu me organizar, vou responder a todos - e mandar um presente de agradecimento.
Lembro que a caixa de comentários está sempre aberta. Inclusive para você mandar perguntas que gostaria que eu respondesse sobre minhas áreas de interesse, ideias de conteúdo, propostas. Fique à vontade.
Um comentário recorrente na semana passada foi de que esta seção da newsletter, a Minha Semana, estava ficando hermética. Não estou explicando os trabalhos direito, e tratar cada projeto de tradução por codinome não ajuda. Ainda estou bolando um jeito de fazer melhor. Vamos ver o que sai.
Uma ilustração do PROJETO CAMALOTE
Na segunda-feira, fiquei alternando entre a última revisão das últimas páginas do PROJETO CAMALOTE (prosa) e a tradução inicial de STRANGER THINGS/DUNGEONS & DRAGONS (quadrinho). Um capítulo de um, depois um capítulo de outro. Foi um dia que rendeu.
PROJETO CAMALOTE está entregue. Comecei a tradução no final de fevereiro, foram 105 dias de trabalho. O livro original tem 448 páginas, a tradução foi de 592 laudas. Imagino que vai sair só em 2025.
STRANGER THINGS/DUNGEONS & DRAGONS, por outro lado, é um quadrinho que já está em pré-venda. É curto, menos de cem páginas, mas exigiu um tempo de pesquisa sobre as traduções consagradas de D&D no Brasil. Contratei um consultor, meu amigo e também tradutor Duda Ferreira. Ele foi essencial. Reviso e entrego na semana que vem.
Terminei a segunda-feira preparando o segundo episódio de LANÇAMENTOS DA SEMANA para o 2Quadrinhos. O episódio entrou no ar na quarta-feira.
A Folha de S. Paulo me convidou para entrevistar um decano gringo dos quadrinhos. Elaborei e enviei as perguntas na terça-feira. Torçam comigo que ele responda.
Na terça-feira também retomei a tradução de FEEDING GHOSTS, agora para a revisão final. Estou fazendo entre 60 e 80 páginas por dia. O quadrinho tem 386. Também devo terminar na semana que vem.
Ainda na terça-feira, começou a terceira turma do meu Curso Prático de Tradução de Histórias em Quadrinhos - Inglês-Português na Labpub. Faz meses que eu não dou aula e foi bom voltar. O curso vai acontecer todas terças e quintas-feiras até o dia 11 de julho. Na semana seguinte eu começo a décima turma do Curso Prático de Tradução de Livros – Inglês-Português. A quem interessar, este ainda tem inscrições abertas.
Na sexta-feira passada, depois da última newsletter, traduzi um livro infantil curtinho, de 40 páginas e pouco texto. Esta semana, voltei a ele umas três vezes para revisar e repensar umas coisas. Minha filha ajudou em uma das revisões - disse que eu sou um péssimo tradutor e deu uma ideia boa.
Um dos maiores desafios desse PROJETO FRITAS são brincadeirinhas como essa logo acima e a logo abaixo. São sempre trocadilhos com batatas. Quando o livro sair, eu falo das minhas opções aqui na virapágina.
Nesses infantis curtinhos, meu método é este: traduzir todo de uma vez, revisar um dia, deixar dormir, revisar no outro, deixar dormir, repete, repete… até o dia em que eu faço uma revisão final e entrego e aí a editora que se resolva. Este dia do PROJETO FRITAS virá na semana que vem.
Entre a concentração para terminar FEEDING GHOSTS, aprender sobre D&D para STRANGER THINGS/DUNGEONS & DRAGONS e organizar aulas, sobrou pouco tempo para fazer umas páginas de revisão de LÚCIFER - EDIÇÃO DE LUXO VOL. 4 - outro que entrou em pré-venda. Fiz 20 e poucas páginas. A semana que vem vai ser dele.
Hoje ainda tenho que escrever meus trechos do roteiro do 2Q News de domingo. Este é o que saiu no domingo passado:
Para encerrar, no último domingo entrou no ar o episódio do Notas dos Tradutores sobre inteligência artificial na tradução de mangás - com participação especial do jornalista Fábio Garcia. Foi um bom episódio de retorno, e acho que vamos gravar mais um episódo sobre tradução e I.A. na semana que vem. Temos que entrar nas nuances entre amar e odiar as I.A.s.
Ouça o Notas dos Tradutores aqui.
Os links abaixo são de trabalhos meus que foram lançados há pouco ou serão lançados em breve. Comprar pelos links da Amazon me rende uns caraminguás. Se puder, use os links. As datas podem mudar a qualquer momento e eu não tenho nada a ver com isso.
em junho
LORE OLYMPUS VOL. 4, Rachel Smythe, suma
O PRIMEIRO GATO NO ESPAÇO E A PIZZA (QUASE) IMPOSSÍVEL, Marc Barnett & Shawn Harris, todavia
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA VOL. 8, James Owsley, Val Semeiks, Geof Isherwood e outros, panini
O UNIVERSO DE SANDMAN: PAÍS DOS PESADELOS vol. 2, James Tynion IV, Leandro Estherren, Patricia Delpeche, Maria Llovet, panini
STRANGER THINGS: KAMCHATKA, Michael Moreci e Todor Hristov, panini
KULL: A ERA CLÁSSICA VOL. 2, Roy Thomas, Don Glut, Gerry Conway, John Severin, Marie Severin e outros, panini
OS INVISÍVEIS EDIÇÃO DE LUXO vol. 1, Grant Morrison, Steve Yeowell, Steve Parkhouse e vários, panini [tradução revisada]
A BRIGADA DOS ENCAPOTADOS, K.W. Jeter, John K. Snyder III, Dave Louapre, Dan Sweetman, Alisa Kwitney, Guy Davis, John Ney Rieber, John Ridgway, panini
SANDMAN APRESENTA VOL. 10: BRUXARIA, James Robinson, Peter Snejbjerg, Michael Zulli, Steve Yeowell, panini
em julho
NICKY & VERA: O DISCRETO HERÓI DO HOLOCAUSTO E AS CRIANÇAS QUE ELE SALVOU, Peter Sís, companhia das letrinhas
CHEGA PRA LÁ, Katrina Charman e Guilherme Karsten, harpercollins brasil
OS INVISÍVEIS EDIÇÃO DE LUXO vol. 2, Grant Morrison, Steve Yeowell, Steve Parkhouse e vários, panini
CONAN, O BÁRBARO 4, Jim Zub, Doug Braithwaite e outros, panini
LOBO OMNIBUS VOL. 1, Keith Giffen, Alan Grant, Val Semeiks, Martin Emond e outros, panini [traduzi um terço do omnibus]
MOONSHADOW, J.M. DeMatteis, Jon J. Muth, pipoca & nanquim [reimpressão]
em agosto
STRANGER THINGS E DUNGEONS & DRAGONS, Jody Houser, Jim Zub, Diego Galindo e Msassyk, panini
LÚCIFER - EDIÇÃO DE LUXO VOL. 4, Mike Carey, Ryan Kelly, P. Craig Russell, Marc Hempel, Ronald Wimberly
em outubro
MINHA COISA FAVORITA É MONSTRO - LIVRO 2, Emil Ferris, quadrinhos na cia.
CHEGA PRA LÁ entrou em pré-venda esta semana. Fiquei feliz ao descobrir que a editora topou uma proposta um pouco mais ousada com o texto - o original chama-se HEN IN THE BED. Me cobrem explicar essa tradução em uma newsletter futura, depois que o livro sair (em julho). [amazon]
vem aí
SHORTCOMINGS, Adrian Tomine, nemo
HOW TO e WHAT IF 2, Randall Munroe, companhia das letras
KRAZY & IGNATZ VOL. 2: 1919-1921, George Herriman, skript
SENHOR DAS MOSCAS, Aimée de Jongh, suma
O ABOMINÁVEL SR. SEABROOK, Joe Ollmann, quadrinhos na cia.
SAPIENS VOL. 3, David Vandermeulen e Daniel Casanave, quadrinhos na cia.
COMIC BOOKS INCORPORATED, Shawna Kidman
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS e ATRAVÉS DO ESPELHO, Lewis Carroll
mais BONE de Jeff Smith (e amigos), todavia
+ Adrian Tomine
+ Tom Gauld
+ Dan Clowes
+ Shaun Tan
+ Will Eisner
+ Guilherme Karsten
+ Oliver Jeffers
+ Gato Pete
+ Agatha Christie
+ Mike Birchall
+ Lore Olympus
+ Projeto Camalote
+ Projeto Tylenol
Todas as minhas traduções: ericoassis.com.br
“Como a morte vai me atrair.” Daqui.
Jack Kirby é arte. Daqui.
O fim do mundo depois do fim do mundo na primeira página de ONCE UPON A TIME AT THE END OF THE WORLD n. 14, de Jason Aaron, Nick Dragotta, Rico Renzi e AndWorld Design.
Apocalíptica, brutal, titânica, poética, engraçada e romântica. Acho que é uma HQ que ainda vai ser lido melhor - ou lida, porque acho que pouca gente leu. Eu achei linda. [amazon]
O quadrinho poderoso do Pablito Aguiar sobre a tragédia de Talita Grass. Completo, aqui.
Do fim da carta aberta do FIQ às manifestações de (candidatos a) vereadores que tentaram ganhar ibope reclamando do FIQ.
A carta - que já é histórica, tem 40 páginas e está aqui - foi lida durante uma sessão na Câmara Municipal de Belo Horizonte. E os alvos tiveram que ouvir o textão.
Como é bom responder a gente iletrada com textão. Obrigado ao FIQ - e ao Lucas Ed., pela participação e por compartilhar a carta.
John Buscemão em AVENGERS n. 61 (1968).
A virapágina é a newsletter de Érico Assis. Sou jornalista e tradutor, e escrevo profissionalmente sobre quadrinhos desde 2000. Publiquei dois livros: BALÕES DE PENSAMENTO 1 [amazon] e 2 [amazon]. Tem mais informações no meu website ericoassis.com.br.
Gostou? Se gostou, por favor, compartilhe. Encaminhe o e-mail ou espalhe o link por aí.
Gostou mesmo e não quer que a virapágina pare? Contribua como assinante pagante. Custa só R$ 12 por mês ou R$ 120 por ano:
Ou dê a assinatura de presente para alguém:
(“Subscrição de prenda” é tradução automática do Substack. “Partilhar”, ali em cima, mesma coisa. Não apoio tradução automática, mas são os botões que temos.)
Que você vire ótimas páginas até a semana que vem.
A página do Mephisto, pqp!
Gosto demais da sua newsletter, Érico. Nunca tive muita intimidade com HQ, por isso para mim tudo aqui tem gosto de descoberta. Obrigada!