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Avatar de Heider Carlos

Oi, Érico.

Gostei muito da sua newsletter, como sempre. Fiquei pensando que talvez os quadrinhos aproximem-se da memória também pela questão temporal - nós escolhemos quanto tempo ficamos em determinado quadro, e podemos passear entre os quadros com muito mais facilidade que poderíamos passear entre as cenas de um filme. As ilustrações servem de guias para esses passeios, algo que não existe em livros, e que também aproximam os quadrinhos das memórias: aquela coisa de um cheiro lembra uma pessoa que lembra um lugar acontece ao rever uma página de quadrinho, onde passado, presente e futuro são uma questão de escolha do olhar. No fim das contas todos os quadrinhos são não-lineares - nós vemos o todo e os detalhes ao nosso bel-prazer e preenchemos o que não está mostrado com nossa imaginação. É exatamente assim que penso que minhas memórias funcionam - eu lembro da minha casa antiga como um todo mas também em detalhes, tudo ao mesmo tempo, exceto se eu decidir me focar em algo.

Abração e muito obrigado pelo texto.

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Avatar de Péricles da Costa Lima

"Memórias têm um gosto, sejam de quem forem, e acho que meu encanto com esses quadrinhos têm a ver com eles transmitirem esse gosto".

Brilhante!

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