060: UM COPO D'ÁGUA
grant morrison e dave mckean | arquivo ota | minha semana | capitalismo | páginas viradas
Pense na sua banda de estimação. A banda que você acompanha desde moleque, de quem você ouviu todos os lados B. Pense que você descobriu uma música dessa banda que você nunca ouviu falar. O single perdido dos Smashing Pumpkins. A música do Radiohead que só saiu numa dessas antologia-tributo. Aquela que o Bowie e o Prince fizeram juntos em 1988, mas ninguém lembra.
Foi assim quando eu vi essa foto:
Sujeito no Facebook diz que encontrou no eBay. Nos comentários, muita gente sem entender: “É de verdade?”, “Eu li tudo do Morrison; essa, nunca”, “Eu nem sabia que isso existia”. Como assim, “Grant Morrison & Dave McKean”? “Phobias”? Que gibi é esse?
“Piranha Press”, ali na inferior esquerda e na piranhinha do logo, é uma pista. A Piranha Press foi uma linha da DC Comics de fins dos 80, início dos 90. A DC querendo morder um pedaço do mercado de quadrinho alternativo, independente, p&b, não-super, Love & Rockets e companhia. Grant Morrison e Dave McKean trabalhavam pra DC nessa época.
Morrison e McKean têm uma - eu só sabia de uma - colaboração nos quadrinhos: BATMAN: ASILO ARKHAM, a graphic novel mais vendida de todos os tempos. Pelo menos na época, 1989. A que deixou Morrison rico - e McKean também, provavelmente - da noite para o dia só com os royalties. Que vendeu muito, mas deixou um gostinho amargo. Os dois entraram em modo over, fizeram um over do over, e até Morrison, anos depois, viria a dizer que pegou pesado. Eu gosto, mesmo assim. Muita gente gosta de ASILO ARKHAM.
Morrison e McKean nunca mais fizeram nada juntos. Não foi por desavença, briga, nada do tipo. Morrison foi fazer seus gibis de supers e das suas obsessões, McKean foi fazer suas capas de SANDMAN, capas de discos e seus próprios gibis. Se não me engano, nunca fez mais nada com super-herói.
Lembrei de tudo isso olhando aquela foto. “Phobias”? “Grant Morrison & Dave McKean”? Será que foi antes de ARKHAM?
Não, foi depois, segundo a internet. 1992. Hmm. Morrison e McKean fizeram mais um quadrinho depois de ARKHAM.
Tem 17 páginas. Não se chama “Phobias”. Chama-se “A Glass of Water”: um copo d’água. A revista é uma antologia chamada FAST FORWARD - diz ali na volta da piranhinha, eu não tinha percebido. E o tema da primeira edição foi “fobias”. Tem mais quatro histórias de outros autores, apesar de Morrison e McKean com crédito único na capa.
A internet, você sabe, é essa coleção de coisas que caíram de caminhões, e foi assim que FAST FORWARD 1 chegou na minha tela depois de uns minutos. Não tinha no lugar mais óbvio, mas tinha ali no segundo lugar mais óbvio.
Não li na hora. Guardei para rodar de noite, depois que as crianças dormissem. Eu, sozinho na sala, com as 17 páginas.
Nove quadros, o grid constante em 17 páginas. O grid que chamam de “invisível” ou “ponto morto”, porque os quadros ficam todos iguais e repetem o formato (americano) da página. É para ser monótono - se houver ação, vai estar naquele enquadramento, nas falas. Se fosse um filme, a câmera não ia se mexer. Ninguém vai dizer pra onde você deve olhar. Preste atenção.
Essa personagem ao lado da janela, a que diz “Hoje em dia as pessoas não entendem do Romantismo”: ela vai aparecer em noventa porcento dos quadros. Na mesma posição. Por 17 páginas. Chama-se Irene, e é uma bibliotecária. Irene vai monologar sua vida pra gente.
Não sei se McKean usou foto, desenho ou as duas coisas. Acho que as duas. McKean degrada o desenho/foto conforme a história avança. Às vezes Irene aparece mais clara, às vezes mais escura. Às vezes vira um esboço, um rabisco, um contorno. Às vezes está nessa luz sépia. No ponto climático, cai em um escuro meio azulado. Vira sombra, vira fantasma, vira um daguerreótipo.
Não vou contar a história de Irene. Se você quiser, você é inteligente e encontra por aí. O link menos criminoso que eu posso passar é desse cara que postou todas as páginas no Twitter.
Me lembrou muito aquele episódio de HORACE AND PETE em que a Laurie Metcalf fica falando para a câmera durante… 40 minutos? O episódio é de 2016, mais de vinte anos depois de “A Glass of Water”. Hmm.
(Alguém lembra de HORACE AND PETE? Pode falar de HORACE AND PETE ou tá cancelado?)
Não sou mais, mas já fui leitor bastante dedicado de Morrison e não sabia dessa HQ. Assim como nas reações ao post daquele cara que comprou no eBay, muita gente ficou de olho arregalado quando postei nas minhas redes. “Passei dois anos lendo a bibliografia completa dele e nunca tinha visto esse”, disse o glhrmr. “Bibliografia de Morrison é uma caixinha de surpresas mesmo”, disse o Marcus Vinicius.
Tem uma resenha longa de “A Glass of Water” no Sequart, o site de análises acadêmicas de HQ. Greg Carpenter, professor de literatura, diz que poderia chamar de “o quadrinho ‘Dogma 95’ de Morrison e McKean” (antes de o Dogma 95 existir), e de “Morrison e McKean ‘unplugged’”. É o comentário mais esperado, que a história é quase o inverso de ASILO ARKHAM em termos de tom, de recursos, de espetáculo e badulaques. E foge muito, mas muito do grosso dos roteiros de Morrison.
Não foge tanto do grosso dos quadrinhos de McKean. Essas cenas de “câmera parada”, longos monólogos do personagem em estilo fotorrealista? Tem várias em VIOLENT CASES, em ORQUÍDEA NEGRA, em CAGES. (Traduzi esses três, conheço as cenas.) É difícil não reconhecer uma página de McKean. Qualquer um se sente pressionado a dizer que Morrison estava tentando emular o parceiro mais frequente de McKean, Neil Gaiman. “A Glass of Water” podia ser uma HQ do Gaiman anos 90.
“Glass” também é comentada rapidamente em LAST WAR WITH ALBION, o livro que Elizabeth Sandifer ainda está escrevendo sobre Morrison e Alan Moore. E um crítico espanhol dedicou um texto à HQ no Zona Negativa.
O gibi teve publicação relativamente recente na Espanha, em 2015, em uma coletânea do McKean. Nos EUA, só saiu aquela vez, em 1992, e nunca mais. Há mais de dez anos, McKean disse que queria republicar em uma coleção dos seus trabalhos, que nunca saiu. Não é por acaso que pouca gente conhece.
É quadrinho obrigatório? Uma pepita perdia no tempo? “O tipo de história que tem aquele poder que faz você querer agarrar como o Gollum e não soltar nunca mais”, como diz o crítico do Sequart?
Pra mim, nem tanto. Li a primeira vez e achei… afetada. Blasé. Cool. Parte daquela arrogância anos 1990, que tomou quadrinhos, cinema, literatura. “Faça qualquer coisa que eles vão ler”. “Teste o quanto o leitor aguenta de monotonia.” Muito comum quando os autores têm nome. De repente, tem motivo para “A Glass of Water” ser esquecida.
Li o resto da FLASH FORWARD, a antologia em que a HQ saiu. Logo depois de “Glass” tem uma história legal de Andy Helfer e Glenn Barr sobre medo de avião. Helfer era o editor da parada, um nome importante e premiado nos anos 1990, hoje esquecido. (Ele escreveu boas edições de O SOMBRA, foi o cara que aprovou e guiou a “Liguinha” de Giffen/DeMatteis/Maguire.)
A edição 2 da FLASH FORWARD abre com uma pequena obra prima, “Lester Fenton & The Walking Dead”, de Kyle Baker. Baker estava com todo gás na época, depois de WHY I HATE SATURN. Era o Woody Allen dos quadrinhos, na época em que Woody Allen era gênio.
“Lester Fenton” é um nerd que não acredita que foi convidado pela menina mais bonita do colégio, a animadora de torcida, para fazer par com ela no baile, aí Lester chega em casa e seu pai virou um zumbi, o vizinho também virou zumbi e os dois zumbis saem apavorando pela rua, Satanás aparece para mandar os zumbis atacarem os namoradinhos na noite do baile e o final envolve um lança-chamas. Obra-prima, como eu disse. “The Walking Dead” antes de “The Walking Dead”, mas anos-luz melhor que “The Walking Dead”. Nunca foi republicada, até onde eu sei.
(Todas as obras solo de Kyle Baker são inéditas no Brasil. Não sei por quê. A exceção: HOMEM-BORRACHA, que acabou de sair e é brilhante.)
FLASH FORWARD número 3 tem um trecho de “Epicuro, o Sábio”, de William Messner-Loebs e Sam Kieth, que acho que saiu no Brasil. Também tem uma história de Steve Purcell, o cara que ficaria famoso com SAM & MAX e que fez carreira na Pixar.
Parou por aí. Foram só três edições. Tem mais histórias de gente que eu conheço pouco ou nunca ouvi falar. A Piranha Press era um espaço para testar novos autores. A maioria não passou no teste.
Li “A Glass of Water” mais uma vez. Melhorou na segunda leitura. Eu sou muito influenciável pelos críticos, então consegui ver os pontos positivos, qual foi o empenho de Morrison e McKean ali. É afetada, é cool, mas tem seu jogo, sua inteligência, quem sabe até provoca um sentimento pela bibliotecária Irene.
Em outro site, achei comentário de um leitor:
“Li ‘A Glass of Water’ quando tinha uns 12 anos, eu acho. Até ali, nunca tinha me sentido tão triste.
Anos depois, minha mãe morreu numa situação parecida.
Só li essa HQ duas vezes na vida. Hoje foi a segunda.
Retorno a essa história para reaver minha vontade de viver. Sei que parece estranho. E confesso que nem eu mesmo entendo, mas, na minha tristeza, essa história me lembra das coisas que me fazem dizer ‘eu consigo mais do que isso’.”
Pra mim, foi uma descoberta. Saber o quanto ela toca outras pessoas foi outra descoberta.
Poucas semanas depois de Charles Schulz falecer, em 2000, o designer Chip Kidd pediu autorização à família para entrar no estúdio do criador de PEANUTS com um amigo fotógrafo, Geoff Spear, e registrar tudo que havia por lá. A prancheta, as gavetas, os originais, a coleção de bonequinhos, toda memorabilia acumulada em cinquenta anos de trabalho. O resultado foi um livro que eu guardo com muito carinho: PEANUTS: THE ART OF CHARLES M. SCHULZ.
Os designers
e seguiram essa premissa quando entraram no pântano que é o apartamento de Otacílio Costa d’Assunção Barros (1954-2021), o Ota, no Rio de Janeiro e documentaram o que tinha de cartas, bonecos, esculturas, originais dele e de vários artistas, documentos históricos e outra memorabilia dos cinquenta anos de desenhista, editor, roteirista, cartunista, letreirista, MAD, RELATÓRIO OTA, GAROTA BIPOLAR, SPEKTRO, HOTEL NICANOR e mais, mais, mais.Vai virar um livro, como você viu nesse preview exclusivo. Um livro que está ficando lindo. Chama-se ARQUIVO OTA, sai em dezembro pela editora MMarte, e está em campanha de financiamento no Catarse. No vídeo da campanha tem inclusive imagens do processo de fotografia do material.
Os autores estão fazendo uma campanha poderosa, com amostras e depoimentos no instagram ota.mix, revelações no bluesky do Bruno Porto e um Lasercast excelente sobre o processo de produção. A confirmação de que Ota tomava banho de roupa, para lavar a roupa e o corpo ao mesmo tempo, é desesperadora.
Encontrei com Ota uma ou duas vezes, trocamos umas mensagens de internet. Confirmaram o falecimento dele quando eu estava fechando uma coluna do Omelete. Escrevi o seguinte:
Conversei com o Ota na terça-feira da semana passada, via Facebook. Precisava tirar duas dúvidas sobre Asterix no Brasil, coisa rápida. Ele me contou histórias inteiras, com todos os nomes, detalhes que eu não imaginava.
Não foi a primeira vez que consultei o Ota para tirar dúvidas sobre história do mercado. Foram várias. Estão todas registradas ali no chat do Face. Agora me dei conta que preciso gravar.
Perguntei a ele sobre Asterix porque tinha acabado de conversar com outra pessoa que havia mencionado o Ota, que dizia que o conhecia desde que o garoto Otacílio, de 16 ou 17 anos, tinha aparecido na Ebal junto com o pai, querendo trabalhar com quadrinhos.
Até onde eu sei, só saiu dos quadrinhos hoje, cinquenta anos depois. Teve a Ebal, teve a Vecchi, teve os 34 anos de MAD, teve um monte de roteiros, desenhos, textos, letras, decisões editoriais que decidiram a vida e o senso de humor de umas duas gerações. E as histórias que ele juntou e que contava: ele sabia tudo do que aconteceu do quadrinho no Brasil e no mundo.
Tem coisas que só ele sabia e acabaram de morrer. Morreu uma biblioteca.
Um livro como o ARQUIVO OTA, com essa bagunça, essa sujeira, essa quantidade que era característica do Ota, é o mais perto que a gente chega daquela biblioteca ambulante.
Só projetos secretos esta semana. Desculpas a quem não gosta dos codinomes. Pule essa parte.
Traduzi mais 20 capítulos do PROJETO BEVERLY HILLS. Traduzi 152 páginas do PROJETO SOLVE ET. Revisei a tradução das 200 páginas do PROJETO SATANÁS, que entrego na semana que vem.
Dei a última olhada no PROJETO PIXO, que vai ser meu primeiro crédito assim:
Também dei a última olhada no GAROTO-ENXAQUECA de Greg Fiering, que já está encaminhado pra gráfica.
Colaborei nesse 2Q News:
E no Lançamentos da Semana, com uma pequena mudança de formato:
Chefe Vinicius teceu palavras elogiosas a minha pessoa em um vídeo de semi-aniversário do canal. Obrigado, chefe! Ele só errou a conta quando disse que comecei há uns meses. Fez um ano em setembro. E tudo bem: eu também não sabia que tinha feito aniversário na firma.
Os links abaixo são de trabalhos meus que foram lançados há pouco tempo ou serão lançados em breve. Comprar pelos links da Amazon me rende uns caraminguás. Se puder, use os links. As datas podem mudar a qualquer momento e eu não tenho nada a ver com isso.
agora, no catarse
A ESTRANHA MORTE DE ALEX RAYMOND, Dave Sim e Carson Grubaugh, go!!! comics
em outubro
MINHA COISA FAVORITA É MONSTRO - LIVRO 2, Emil Ferris, quadrinhos na cia.
KULL: A ERA CLÁSSICA vol. 2, Roy Thomas, Don Glut, Gerry Conway, John Severin, Marie Severin e outros, panini
LOBO OMNIBUS VOL. 1, Keith Giffen, Alan Grant, Val Semeiks, Martin Emond e outros, panini [traduzi um terço do omnibus]
LÚCIFER - EDIÇÃO DE LUXO vol. 4, Mike Carey, Ryan Kelly, P. Craig Russell, Marc Hempel, Ronald Wimberly e outros, panini
ZDM - EDIÇÃO DE LUXO vol. 2, Brian Wood, Kristian Donaldson, Nathan Fox, Riccardo Burchielli, Viktor Kalvachev, panini (traduzi metade das HQs e os extras)
Meu segundo KULL chegou e estou fazendo todos os trocadilhos que você imagina. Traduzi as 800 páginas, que tem Mike Ploog (Ploog no Kull!), tem Roy Thomas descrevendo o que já está no desenho, tem entrevista com a Marie Severin, tem seções de cartas traduzidas. É um Kullzão.
Acabei de ver que meu Kull está em promoção. Aproveite. Meu primeiro Kull, o Anais do Kull, também está com desconto.
em novembro
A VINGANÇA DAS BIBLIOTECAS, Tom Gauld, todavia
GRANT MORRISON E A HISTÓRIA, de Mario Marcello Neto, Felipe Radünz Krüger, Artur Lopes Filho e Márcio dos Santos Rodrigues (orgs.), Dokan Editora - escrevi a introdução
OS INVISÍVEIS EDIÇÃO DE LUXO vol. 3, Grant Morrison, Phil Jimenez e vários, panini
CONAN, O BÁRBARO 5, Jim Zub e Roberto de la Torre, panini
CONAN, O BÁRBARO 6, Jim Zub e Roberto de la Torre, panini
STRANGER THINGS E DUNGEONS & DRAGONS, Jody Houser, Jim Zub, Diego Galindo e Msassyk, panini
A ESPADA SELVAGEM DE CONAN 1, John Arcudi, Max von Fafner, Jim Zub, Patrick Zircher, Robert E. Howard, Roy Thomas, panini
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA vol. 8, James Owsley, Val Semeiks, Geof Isherwood e outros, panini
GAROTO-ENXAQUECA, Greg Fiering, barbante
em dezembro
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA VOL. 9, Val Semeiks, Michael Higgins, Ron Lim e vários, panini
A ESPADA SELVAGEM DE CONAN 2, Jim Zub, Richard Case, Patrick Zircher, panini
STRANGER THINGS: HOLIDAY SPECIALS, vários autores, panini
vem aí
HOW TO e WHAT IF 2, Randall Munroe, companhia das letras
KRAZY & IGNATZ VOL. 2: 1919-1921, George Herriman, skript
SAPIENS VOL. 3, David Vandermeulen e Daniel Casanave, quadrinhos na cia.
COMIC BOOKS INCORPORATED, Shawna Kidman
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS e ATRAVÉS DO ESPELHO, Lewis Carroll
FEEDING GHOSTS, Tessa Hulls, quadrinhos na cia.
mais BONE de Jeff Smith (e amigos), todavia
+ Adrian Tomine
+ Dan Clowes
+ Shaun Tan
+ Will Eisner
+ Gato Pete
+ Mike Birchall
+ Lore Olympus
+ Conan
+ Projeto Camalote
+ Projeto Fritas
+ Projeto Baleial
+ Projeto Sopa
+ Projeto Dadaab
+ Projeto Tesla
+ Projeto Vesta
+ Projeto Peru
+ Projeto Blefarotomia
+ Projeto Oceano
Todas as minhas traduções: ericoassis.com.br
“Toda noite em que eu entro no modo doomscroll, encontro mais gente que usa um linguajar arrepiante para dizer que tem genes bons, sistema imunológico forte, “sangue puro” e filhos perfeitos como argumento contra tomar uma medida simples, como usar uma máscara, que protegeria quem é um tantinho menos forte e perfeita do que eles se imaginam. Sem saber, eles são os herdeiros das tradições bárbaras que já tentaram livrar o mundo de crianças como o meu filho.”
Lendo DOPPELGANGER, de Naomi Klein. O capítulo sobre o filho autista vai ficar um tempo na minha cabeça. [amazon] [depois que eu comecei a ler saiu a edição brasileira, com tradução de Renato Marques]
Eduardo Arruda, aqui. Sou eu.
Páginas das edições 1 a 5 de PRECIOUS METAL. Arte de Ian Bertram, com cores de Matt Hollingsworth, letras de Hassan Otsmane-Elhaou, roteiro de Darcy Van Poelgeest. [amazon]
De BATMAN & ROBIN: YEAR ONE n. 1 - Chris Samnee no desenho, cores de Matheus Lopes, letras de Clayton Cowles e Chris Samnee, roteiro de Mark Waid. [amazon]
Essa me enviaram. Foi numa newsletter que fez a confusão com o nome do tradutor de SENHOR DAS MOSCAS - eu - uma confusão que deixaria minha mãe orgulhosa.
Agradeci à editora pela confusão e agora quero que me confundam com o Machado.
Meu nome é Érico Assis. Sou jornalista e tradutor. Escrevo profissionalmente sobre quadrinhos desde 2000, traduzo profissionalmente desde 2009. Sou um dos criadores do podcast Notas dos Tradutores, colaboro com o canal de YouTube 2Quadrinhos e com o programa Brasil em Quadrinhos do Ministério das Relações Exteriores. Dou cursos de tradução na LabPub. E escrevo esta nius.
Publiquei dois livros: BALÕES DE PENSAMENTO 1 e 2, disponíveis em formato digital e físico na Amazon.
Tem mais informações no meu website ericoassis.com.br.
Se gostou da edição, por favor, compartilhe. Encaminhe o e-mail ou espalhe o link por aí.
Gostou muito? Contribua como assinante pagante. Custa só R$ 12 por mês ou R$ 120 por ano:
Ou dê a assinatura de presente pra alguém:
Gostou muito mas não pode se comprometer com pagamento mensal ou anual? Não tem problema. Faça um PIX usando o código
00020126400014br.gov.bcb.pix0111971135900630203Pix5204000053039865802BR5924ERICO GONCALVES DE ASSIS6007PELOTAS62170513virapaginapix6304EE8F
Ou o QRCode abaixo, no valor que você quiser:
E que você vire ótimas páginas até a semana que vem.
Não conhecia essa hq, mas uma coisa que sempre me perguntei é por que o Moore não pensou no McKean pra continuar Big Numbers depois da saída do Bill. Aliás, Eddie Campbell também queria o cargo.
Desculpa Érico, mas li distraída e rapidamente a primeira frase desse texto como “Pense na sua bunda de estimação”.
Adoro suas newsletters!