O trabalho não está fácil, então esta semana vamos de arquivo.
Foi nesta semana que INVENCÍVEL, o quadrinho de Robert Kirkman e companhia, voltou a sair no Brasil depois de doze anos e meio sem traduções. O que é meio inacreditável se considerar que, nesses doze anos e meio, INVENCÍVEL foi publicada no mundo inteiro e virou desenho animado de algum sucesso no streaming. Além de o criador ser o mesmo cara do arrasa-quarteirão THE WALKING DEAD. E além de ser um gibi bom.
Modéstia às favas, fui um dos primeiros ou o primeiro a falar de INVENCÍVEL em português, em uma resenha da edição 6, no Omelete, há (uma vida) 21 anos. Gostei do começo, mas falei que a série precisava de um conflito. Quem leu até o número 13 - ou o terceiro encadernado - sabe que o conflito vem e que ele define a série. Tem spoiler em outra resenha que fiz anos depois, da edição 75, também no Omelete.
Mas os textos que eu queria recuperar foram duas notícias - notinhas um pouco maiores do que as típicas que eu escrevia para o Omelete na época - que eu lembrei esta semana quando conversava sobre INVENCÍVEL com meu chefinho Vinicius 2Quadrinhos.
São de 2008. Kirkman estava se achando por cima da carne seca: tinha acabado de ser promovido a sócio da Image. THE WALKING DEAD já era um quadrinho bem falado, e em dois meses ia estrear na TV. Resolveu fazer um manifesto, em vídeo, dizendo que todo autor devia seguir o mesmo rumo que ele teve na carreira.
Robert Kirkman
Robert Kirkman provoca o mercado de quadrinhos com apelo pelo trabalho autoral
Criador de Invencível e The Walking Dead defende que Marvel e DC se concentrem no público infantil
Érico Assis
19.08.2008, às 00H00.
Robert Kirkman, que no mês passado virou sócio da Image Comics, resolveu usar seu novo cargo para provocar o mercado de quadrinhos. Em vídeo publicado na semana passada no site Comic Book Resources, o criador dos sucessos Invencível [com Cory Walker e Ryan Ottley] e The Walking Dead [com Tony Moore e Charlie Adlard] defende que os grandes criadores de quadrinhos deveriam fazer “êxodo em massa” das editoras Marvel e DC para concentrar-se em trabalho autoral - no qual mantêm os direitos sobre os personagens que criam.
Não só isso. Para ele, o problema está no fato de o público-alvo dos quadrinhos feitos nos EUA estar na faixa dos 30 anos, e os quadrinhos Marvel e DC serem produzidos prioritariamente para este público. Kirkman diz que HQs mais adultas e elaboradas, escritas e desenhadas por grandes nomes, deveriam estar saindo por editoras como Image e Dark Horse, onde a maioria dos criadores ficam com os direitos autorais. Marvel e DC, por sua vez, deveriam publicar mais HQs para crianças, garantindo a renovação do mercado.
É a sua proposta, ou melhor, seu apelo para "salvar o mercado de quadrinhos". Sem esta iniciativa, diz ele, não haverá quadrinhos no futuro.
A discussão sobre as vantagens do trabalho autoral corre há anos no mercado de quadrinhos. Com a imensa maioria dos escritores e desenhistas trabalhando como free-lancers, não há aposentadoria nem garantia de que seu sucesso de hoje continuará amanhã. Retendo direitos autorais, criadores continuam recebendo por seu trabalho enquanto ele vender e, hoje a questão mais importante, podem licenciar seus personagens para o cinema ou a TV - com contratos que podem ser milionários.
Foram argumentos parecidos que levaram à criação da Image Comics, em 1991, quando desenhistas de grande renome na Marvel deixaram a editora para fazer trabalho autoral em uma editora própria. Na época, HQs vendiam na faixa dos milhões de exemplares. Hoje, o apelo é ainda maior: mesmo que HQs vendam menos, existe as vantagens dos contratos com Hollywood. Toda semana tem dois ou três autores vendendo suas HQs para o cinema.
Vários criadores têm reagido na Internet à proposta de Kirkman - e nenhum deles a rejeitou por completo. O principal problema, como coloca o escritor e desenhista Keith Giffen em entrevista ao Newsarama, está na insegurança em torno do trabalho autoral: é uma empreitada financeira do criador que pode ir por água abaixo, enquanto qualquer trabalho para Marvel ou DC é garantia de dinheiro para pagar as contas.
Outros criadores, como o editor da Marvel C.B. Cebulski (que publica quadrinhos autorais pela Image), diz que os grandes criadores deveriam dividir seu tempo entre trabalhos autorais e nas grandes editoras. Já Jonathan Luna (Ultra) diz que o problema está na falta de diversidade de gêneros nos quadrinhos - as grandes editoras continuam focando nos super-heróis.
Kirkman, por sua vez, em entrevistas posteriores à declaração, disse que ainda tem alguns trabalhos a serem lançados pela Marvel, mas não se vê colaborando com a editora no futuro próximo.
"Quero que todo mundo entenda: não estou dizendo que ninguém devia ter o sonho de trabalhar com os personagens da Marvel ou da DC... Só estou dizendo que este não deveria ser o pináculo de uma carreira nos quadrinhos... Todo mundo que só faz quadrinhos Marvel ou DC acaba sendo convidado a se retirar do mercado... E não existe aposentadoria nos quadrinhos. Você escreve seus gibis Marvel e DC e você é um autor 'quente' até deixar de ser. E aí é 'valeu e tchau'. Se você não estiver aplicando seu dinheiro o tempo inteiro, você se ferra. Você deixa sua popularidade cair. Mas se você faz quadrinhos autorais, garante sua aposentadoria. Você acha que Mike Mignola não vai continuar ganhando dinheiro com Hellboy quando tiver 65 anos? Isso que é plano pra aposentadoria."
O segundo texto é o relato de um bate-boca entre Kirkman e Brian Michael Bendis, outro escritor de quadrinhos, que aconteceu por causa do manifesto. Foi durante uma convenção em Baltimore, um mês e meio depois.
Bendis já tinha carreira sólida como roteirista de gibis da Marvel. Vinha de um passado batalhador no quadrinho independente, sempre tentou emplacar seus quadrinhos autorais, mas ficou mais famoso (e ainda é) como um bom escritor de Homem-Aranha, Vingadores e companhia.
Robert Kirkman e Brian Michael Bendis trocam farpas sobre HQs autorais em debate
Encontro aconteceu na Baltimore Comic Con
Érico Assis
06.10.2008, às 00H00.
Desde que Robert Kirkman provocou os criadores de quadrinhos com um vídeo, em agosto, vários dos grandes nomes da HQs norte-americanas têm rebatido os argumentos do autor de Invencível. Um dos que mais comenta o assunto é o escritor Brian Michael Bendis, o grande nome atual da Marvel. Assim, a Baltimore Comic Con convidou Kirkman e Bendis para debater o tema na frente do público.
A posição de Kirkman: os grandes criadores de HQ deveriam concentrar-se em trabalho autoral, no qual mantêm os direitos sobre personagens e publicação. Assim, podem fazer mais dinheiro a longo prazo, vendendo suas criações para Hollywood ou para a TV e escrevendo ou desenhando o que realmente gostam. E mais: editoras como Marvel e DC, cujos criadores contratados abrem mão do direito autoral, deveriam publicar mais material para crianças, garantindo a renovação do mercado.
A posição de Bendis: são poucos os criadores que realmente conseguem o sucesso com trabalho autoral. A maioria das HQs desse tipo vende muito pouco e não sustenta uma carreira. Vale a pena, sim, continuar trabalhando para as grandes editoras enquanto mantêm um trabalho autoral paralelo - o que é algo que demanda muito trabalho e também é para poucos.
Os dois têm biografias distintas, mas de sucesso. Bendis era cartunista de jornal e publicava HQs autorais independentes no início dos anos 90, de sucesso de crítica e baixíssimas vendas. Foi contratado pela Marvel no final da década, como escritor, e hoje é o nome mais requisitado da editora (Homem-Aranha Ultimate, Novos Vingadores, Dark Avengers, Spider-Woman etc.). Mantém um projeto autoral, a série Powers [com Michael Avon Oeming], publicada (a convite) pela Marvel.
Kirkman começou a publicar HQs independentes em meados dos anos 90, mas só começou a fazer sucesso com duas séries autorais que lançou na Image: Invencível e The Walking Dead. Seu destaque na crítica levou-o a trabalhos na Marvel, como as minisséries de Zumbis Marvel. Recentemente, ele virou sócio e editor-chefe da Image Comics, abandonando todos os trabalhos em outras editoras.
O debate foi amistoso, apesar de um não concordar com o outro. E, como os fãs queriam ver sangue, os dois criadores resolveram trocar algumas farpas sonoras (e gestuais) durante o debate - para animar a galera. Após as apresentações, Kirkman pegou o microfone, conferiu se não havia crianças na platéia e soltou um "fuck you" para Bendis. Os dois trocaram vários "fuck you" antes de a conversa começar mesmo.
Bendis lançava a maioria dos tópicos. Começou a usar a metáfora do "ar rarefeito" para referir-se aos poucos criadores que conseguem manter uma carreira nas grandes editoras e trabalhos autorais - como ele, Kirkman, Ed Brubaker (Demolidor, Criminal), Mark Millar (Kick-Ass, Quarteto Fantástico) e Grant Morrison (Final Crisis, We3) -, que estão no topo das listas dos fãs.
Kirkman: "Esse ar rarefeito é tão delicioso que todo mundo devia curtir junto. O cheiro é ótimo." Bendis: "Cheira a Quesada" (a Marvel de Joe Quesada contrata a maioria dos grandes nomes das HQs atuais). Kirkman: "Na verdade, não cheira, e que bom que não cheira." O editor da Image ressaltou o caso dos Irmãos Luna (Ultra, Girls), que vivem somente de quadrinhos autorais.
Passaram a um exemplo hipotético: "o cara que escreve Arqueiro Verde", para ficar em um personagem de propriedade de uma grande editora, sem grande destaque na crítica. Kirkman defende que é o tipo de escritor que deveria ser convencido a passar para o lado das HQs autorais. Já Bendis defende que há autores no mercado que só estão interessados em ficar escrevendo séries tipo Arqueiro Verde e garantir seu salário. Se tiverem interesse, podem manter um trabalho autoral paralelo.
Os dois ressaltaram suas próprias biografias para justificar seus argumentos - mesmo que para posições contrárias. Bendis ressaltou que passou anos em empregos paralelos enquanto fazia HQ independente, para poder se manter financeiramente antes do sucesso chegar. Kirkman mostrou o sucesso de suas séries Invencível e Walking Dead em gráficos de vendas. Bendis ressaltou que Walking Dead subiu consideravelmente em vendas após Kirkman lançar Zumbis Marvel, um trabalho não autoral em uma editora grande .
A discussão seguiu sem ninguém mudar de ideia. Ao final, os dois concordaram em uma coisa: quem, na plateia, estivesse estimulado pelo debate, deveria correr para um computador e começar a escrever "uma coisa fantástica". Bendis: "É isso que eu espero: que qualquer um de vocês saia daqui e crie algo espetacular".
O melhor momento do debate foi quando Kirkman, no máximo do sarcasmo, soltou: "Vocês acabaram de anunciar Dark Avengers, né? Que sensacional! Uma nova série dos VINGADORES! Quem diria? E eles são dark? Vai ser sombrio! Que gibi legal pra dar pro meu filho!"
Bendis, olhando pra Kirkman, coçou o nariz com o dedo médio. A plateia veio abaixo.
Kirkman, por cima da carne seca em 2008, nem tinha ideia do que viria depois: WALKING DEAD rendeu 11 temporadas e sete seriados spin-off, ainda em produção. Sem falar no desenho animado de INVENCÍVEL. Um desses sitezinhos fuleiros diz que sua fortuna é de US$ 60 milhões. Nos quadrinhos, ele guiou tanto INVENCÍVEL quanto WALKING DEAD até o final com ótimas vendas - às vezes superando os gibis da Marvel em que ele já tivera o sonho de trabalhar - e ótimas críticas.
O que não significa que ele venceu o debate. Kirkman era e ainda é um ponto fora da curva. Vive muito acima do ar rarefeito, como na metáfora de Bendis.
Como Bendis explicou - e o finado Keith Giffen (1952-2023) também já tinha comentado - trabalhar para Marvel e DC é dinheiro garantido para você pagar as contas quando você entrega um roteiro, e fazer quadrinho autoral é um tiro no escuro.
O próprio Bendis que o diga: tem uma lista de uns 30 projetos autorais que nunca viraram uma unha do sucesso de WALKING DEAD. Ele não é um azarado, nem é um escritor pior que Kirkman. Apenas representa melhor a realidade da imensa maioria dos autores que tentam emplacar um quadrinho autoral nos EUA.
É bom lembrar que, em 2008, o Marvel Studios só havia lançado dois filmes e ainda nem tinha sido comprado pela Disney. Muito do que Bendis escreveu nos gibis serviu de base para os filmes e seriados do estúdio. Como bem se sabe, a Marvel tende a retribuir essas contribuições com um tapinha nas costas, “special thanks to” no fim dos créditos e só. Bendis conseguiu pouco mais que isso, mas pouco. Dezenas de colegas ficaram só com o “special thanks”. O que dá alguma razão para Kirkman. A situação atual, 17 anos depois, é de mais exploração na Marvel.
Bendis também tentou uma virada de carreira pulando da Marvel para a DC, que não deu certo. Nisso, deixou de ser ‘quente’, usando um termo do próprio Kirkman.
Usando outro exemplo que Kirkman puxou, Mike Mignola completa exatamente 65 anos em 2025. Com quatro filmes de Hellboy na conta, provavelmente não tem do que reclamar na aposentadoria.
INVENCÍVEL VOL. 1: NEGÓCIOS DE FAMÍLIA, Robert Kirkman, Cory Walker, Bill Crabtree (trad. Marcos Ryuji Miyamoto), panini [amazon]
INVENCÍVEL VOL. 2: OITO É DEMAIS, Robert Kirkman, Cory Walker, Ryan Ottley, Bill Crabtree (trad. Marcos Ryuji Miyamoto), panini [amazon]
INVENCÍVEL VOL. 3: PERFEITOS ESTRANHOS, Robert Kirkman, Ryan Ottley, Bill Crabtree (trad. Marcos Ryuji Miyamoto), panini [amazon]
O vídeo completo do debate Kirkman vs. Bendis, no Youtube.
Os links abaixo são de trabalhos meus que foram lançados há pouco tempo ou que serão lançados em breve. Comprar pelos links da Amazon me rende uns caraminguás. Se puder, use os links. As datas podem mudar a qualquer momento e eu não tenho nada a ver com isso.
a partir do dia 19/3, no catarse:
HAPPY ENDINGS, Lucie Bryon, risco
em março
LÚCIFER: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 5, Mike Carey, Peter Gross, Ryan Kelly, Colleen Doran, panini
A BATATA FOLGADA, Jory John e Pete Oswald, harperkids
SONIC VOL. 13: A BATALHA PELO IMPÉRIO, Ian Flynn, Adam Bryce Thomas e vários, geektopia
CONAN, O BÁRBARO 6, Jim Zub e Roberto de la Torre, panini
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA vol. 8, James Owsley, Val Semeiks, Geof Isherwood e outros, panini
A ESPADA SELVAGEM DE CONAN 2, Jim Zub, Richard Case, Patrick Zircher, panini
STRANGER THINGS: ESPECIAL DE FÉRIAS, vários autores, panini
ZDM: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 3, Brian Wood, Riccardo Burchielli, Kristian Donaldson, Nikki Cook, Ryan Kelly, panini (republicação - traduzi algumas histórias)
VAMPIRO AMERICANO: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 1, Scott Snyder, Rafael Albuquerque, Stephen King, Roger Cruz, Sean Murphy, panini (reimpressão)
Acabaram de entrar em pré-venda duas traduções minha para a Companhia das Letras: GUERRA EM GAZA, de Joe Sacco. Foi o que eu chamei de PROJETO BIDEN quando estava trabalhando nele, em janeiro. Sai em julho.
SAPIENS VOL. 3: OS MESTRES DA HISTÓRIA, adaptação do livro de Yuval Noah Harari por David Vandermeulen e Daniel Casanave que já estava anunciada, sai em junho.
em abril
RASL, Jeff Smith, todavia
CONAN, O BÁRBARO 7, Jim Zub e Doug Braithwaite, panini
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA VOL. 9, Val Semeiks, Michael Higgins, Ron Lim e outros, panini
STRANGER THINGS: CONTOS DE HAWKINS, Jody Houser, Caio Filipe, Sunando C, Giorgia Gio Sposito, Nil Vendrell, Dan Jackson, Nate Piekos, panini
SONIC VOL. 14: SOBRECARGA, Evan Stanley, Adam Bryce Thomas, Natalie Haines, geektopia
em maio
O UNIVERSO DE SANDMAN: GAROTOS DETETIVES MORTOS, Pornsak Pichetshote, Jeff Stokely, Craif Taillefer, Javier Rodríguez, Miquel Muerto, panini
CONAN, O BÁRBARO 8, Jim Zub e Doug Braithwaite, panini
OS INVISÍVEIS: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 4, Grant Morrison e grande companhia, panini (tradução revisada)
em junho
SAPIENS VOL. 3: OS MESTRES DA HISTÓRIA, Yuval Harari, David Vandermeulen e Daniel Casanave, quadrinhos na cia.
em julho
GUERRA EM GAZA, Joe Sacco, quadrinhos na cia.
ainda este ano
ESTÁ TUDO BEM VOL. 2, Mike Birchall, suma
GIBI S.A., Shawna Kidman, veneta
SONIC vol. 15, Ian Flynn, Adam Bryce Thomas e vários, geektopia
vem aí
HOW TO e WHAT IF 2, Randall Munroe, companhia das letras
KRAZY & IGNATZ VOL. 2: 1919-1921, George Herriman, skript
FEEDING GHOSTS, Tessa Hulls, quadrinhos na cia.
mais BONE de Jeff Smith (e amigos), todavia
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS e ATRAVÉS DO ESPELHO, Lewis Carroll
+ Adrian Tomine, Dan Clowes, Shaun Tan, Will Eisner, James Tynion IV, Laura Pérez
+ Gato Pete, Lore Olympus, Conan, Kull
etc. etc. etc.
Todas as minhas traduções: ericoassis.com.br
O que você acha de apoiar a virapágina para ela continuar saindo toda semana?
Custa só R$ 16 por mês ou R$ 160 por ano.
E já ouviu falar dos sorteios para quem colabora com uma assinatura paga? Todo mês, uma tradução para os colaboradores! Teve sorteio na edição 80.
Você também pode dar uma assinatura virapágina de presente a quem você acha que vai gostar:
Meu nome é Érico Assis. Sou jornalista e tradutor. Escrevo profissionalmente sobre quadrinhos desde 2000, traduzo profissionalmente desde 2009. Sou um dos criadores do podcast Notas dos Tradutores, colaboro com o canal de YouTube 2Quadrinhos e com o programa Brasil em Quadrinhos do Ministério das Relações Exteriores. Dou cursos de tradução na LabPub. E escrevo esta nius.
Publiquei dois livros: BALÕES DE PENSAMENTO 1 e 2, disponíveis em formato digital e físico na Amazon.
Tem mais informações no meu website ericoassis.com.br.
Se gostou da edição, por favor, compartilhe. Encaminhe o e-mail ou espalhe o link por aí.
E que você vire ótimas páginas até a semana que vem.
Sabe, Érico, esse debate parece uma reedição amarga de um outro que ocorreu em... 1992, talvez? Enfim, começo da Image. Surge a Image, bravatas para todo o lado, Peter David vestiu a camiseta da empresa e era o crítico mais vocal à editora, usando suas colunas para atacar a editora dia sim, dia também. McFarlane com o eterno faro showman dele desafiou David para um debate público. Topou. Peter David aparece com vários livros e papeis (e um calhamaço de argumentos bastante duvidosos na linha "quer dizer que vocês guardaram as melhores ideias param vocês mesmos em vez de usar nos títulos em que estavam empregados?"), McFarlane aparece com calção e robe de boxeador e por aí vai. Kirkman vs Bendis me pareceu mais sensato e argumentado, talvez as coisas tenham melhorado um pouco nesse gap de 16 anos. Pouco, mas ainda assim alguma coisa.
Ambos tem pontos relevantes, mas concordo com o Kirkman que se escorar em uma editora que explora os próprios autores não é o caminho seguro (vide o que está acontecendo agora com Peter David).