008: TRADUZINDO NO ESCURO
monica | krazy kat por rafa campos rocha | hyperion | capitalismo | páginas viradas
Quando você procura as resenhas? Antes ou depois de ler o quadrinho?
Antes ou depois de assistir o seriado, de ir no cinema, de ouvir a banda, de ler o livro?
Se você lê resenhas, no caso. Mas, se você lê newsletter, acho que você lê resenhas.
MONICA, Daniel Clowes, p. 1
Mesmo que você não procure, as resenhas te encontram. Num sentido bem, bem amplo. Talvez seja melhor dizer: a crítica te encontra. Um amigo comentou, você viu um tuíte, passou nos stories, você espiou quantos balõezinhos o Fora do Plástico deu. Vale até entrevista com o autor ou a autora. Vamos combinar, só hoje, que tudo é crítica. Tudo que se fala em torno daquela coisa é crítica.
Críticas, as boas críticas, não te dizem pra ler ou não ler (assistir ou não assistir, ouvir ou não ouvir, sair de casa ou não sair). Boas resenhas são chaves de leitura. Dão uma ideia, bem argumentada, de como você pode entender aquela coisa. As chaves para entender a coisa são várias, mas a boa crítica diz uma. Uma ideia, um jeito de entender.
Já gostei de um quadrinho e gostei mais depois de saber o que outra pessoa viu no mesmo quadrinho. Também já aconteceu de eu gostar menos por causa de uma crítica. Já aconteceu de eu ler várias resenhas do quadrinho (o filme, o seriado etc.) antes de ler o quadrinho (a banda, o livro etc.) por aquelas chaves e discordar absolutamente das críticas. Também já concordei.
Eu gosto de resenhas. Se são bem feitas, são tipo uma sobremesa depois do prato principal. Ou antes.
Mas o que você faz quando lê o quadrinho e não tem resenha nenhuma?
Quando você lê e não tem com quem conversar?
MONICA, Daniel Clowes, p. 94
No trabalho de tradutor, às vezes tem dessas: eu leio um quadrinho ou um livro antes de todo mundo. É um privilégio, mas também não é.
No caso: MONICA, de Dan Clowes. Saiu no início deste mês de outubro nos EUA. Esta semana sai em português. Eu traduzi para a editora Nemo.
A Nemo me enviou o PDF para tradução em maio. Há cinco meses. Não é comum eu fazer isso, mas li o quadrinho inteiro antes de traduzir, em uma ou duas sentadas. Por motivos de: antes de ser tradutor do Dan Clowes, eu sou leitor do Dan Clowes.
Li e não sei se entendi MONICA.
MONICA, Daniel Clowes, p. 81
Tinha complicadores. Um é específico de MONICA: a divulgação do quadrinho foi propositalmente hermética, para você não saber qual é a da história, qual é a premissa. Sabia-se que tinha essa personagem-título e que Clowes ia homenagear épocas e gêneros dos quadrinhos (de guerra, de terror, românticos). Você só descobre premissa e trama lendo.
E Clowes pode ser hermético, como sabe quem leu COMO UMA LUVA DE VELUDO MOLDADA EM FERRO. Ou DAVID BORING.
Outro complicador vem das minhas experiências como tradutor. Quando a editora recebe um PDF para avaliar o quadrinho antes do material ser lançado, esse PDF costuma ser… capenga. É um PDF provisório. Ainda faltam etapas de revisão, o autor ainda pode redesenhar alguma coisa, balões vão mudar. Talvez faltem páginas.
Quando eu traduzi MINHA COISA FAVORITA É MONSTRO, de Emil Ferris, traduzi de um PDF capenga sem saber que era um PDF capenga. Mais de um ano depois de entregar a tradução, tive que retraduzir nove páginas em que Miss Ferris havia mexido quando a edição original estava na boca da gráfica. Ela também tinha acrescentado quinhentas pessoas nos agradecimentos (incluindo o Michael Jackson). Claro que tive que fazer esses extras quando a edição nacional também estava na boca da gráfica.
Naquele caso foram nove, mas já houve livros em que tive que traduzir quarenta páginas a mais na diferença entre o PDF capenga e o PDF final, completo, oficial.
(Por que se traduz do PDF provisório, capenga, possivelmente incompleto? Porque poupa tempo. Realmente poupa. Mas tem esse risco.)
O caso é que essas experiências me fizeram ler MONICA, naquele PDF, sempre pensando: isso aqui tá completo?
MONICA, Daniel Clowes, p. 25
Eu estava imerso em Daniel Clowes há algum tempo. Já tinha traduzido WILSON e GHOST WORLD há uns anos. No ano passado, passei meses imerso em outro Projeto Clowes. Li THE DANIEL CLOWES READER, a antologia de leituras críticas, ensaios e uma entrevista. Ainda estou lendo DANIEL CLOWES: CONVERSATIONS, um livro só de entrevistas que vão do fim dos 1980s até os 2010s. Reli THE ART OF DANIEL CLOWES: MODERN CARTOONIST, o catálogo da exposição.
MONICA tem alguma coisa de autobiográfico, pelo que se capta da biografia do Clowes. Uma autobiografia um tanto disfarçada, vista a troca de gênero e alguns floreios sobrenaturais. O jeito como Clowes processou a vida, com liberdades dramáticas, mas, sim, a vida dele. “Monica, c’est moi”, flaubertaria o Clowes nas entrevistas que sairiam junto ao lançamento, na minha imaginação.
Mas eu li MONICA sem entrevistas, sem comentários do Clowes e sem resenhas a respeito de MONICA porque, é claro, MONICA ainda não tinha sido lançado e eu estava lendo privilegiadamente antes de todo mundo.
Meu editor, Eduardo Soares, também disse que estava perdido. Não tínhamos certeza se tínhamos entendido MONICA.
MONICA, Daniel Clowes, p. 39
Críticas, como eu disse antes, são chaves de leitura. Quando você tem que ler o quadrinho para um fim profissional, como traduzir, ter só a sua chave de leitura, a sua interpretação, é como achar um caminho no escuro, andar na corda bamba sem rede, subir pelado no palco, rir sozinho da piada ou a metáfora da insegurança que você quiser.
Fortuna crítica é uma coisa que ajuda muito na tradução. O tradutor tem seu senso, é claro, mas ver o que outras pessoas pensaram e disseram sobre o que a obra tem de importante gera outras ideias.
Você descobre que tal página ou frase é icônica. Você capta outras referências. Você descobre que entendeu uma coisa errado. Você traduz diferente por conhecer as ideias da fortuna crítica.
Se não tem nada disso: andar no escuro, sem rede, rir sozinho, pelado no palco.
Li antes de todo mundo, mas queria entender com todo mundo.
Aliás, acho que senti a mesma coisa quando li MINHA COISA FAVORITA É MONSTRO, uns meses antes de ela circular na gringa.
Tem mais: vai que, quando MONICA sair, a crítica decida que MONICA é uma bosta?
MONICA, Daniel Clowes, capa
MONICA saiu há poucos dias. Não é uma bosta, dizem os críticos. É uma “magnum opus” (LA Times), uma “obra prima” (Junot Díaz no NYTimes Book Review), “penetrante” (Vanity Fair), “brilhante… brilhante” (Jake Tapper).
Tem a ver, sim, com a biografia de Clowes. Tal como Monica, ele foi criado pelos avós a partir de uns cinco anos de idade. Tal como Monica, ele tinha uma dúvida grande sobre a história de vida da sua mãe.
“Tive uma infância caótica, que eu nunca entendi”, ele disse no LA Times. “Sempre imaginei que, depois que minha mãe morresse, eu ia conversar com meu irmão e ele ia explicar toda a logística do que rolou. Aí meu irmão morreu antes da minha mãe, e ela morreu um mês depois. Não tenho outros parentes. É isso. Não sobrou ninguém que conheça a história.”
MONICA é Clowes elaborando sua própria história, a que ele não conhece e não tem como conhecer. Isso é uma chave de leitura.
Mas não só. MONICA tem nove capítulos que eu estava tentando juntar como uma história só – mas que podem ser nove histórias à parte. Na mesma entrevista ao LA Times, ele diz que pensou as histórias à parte, depois juntou. Isso é outra chave de leitura.
Na New Yorker, Clowes sentou com Françoise Mouly para fazer uma “excursão guiada” por MONICA, contando as referências de cada página. É quase uma versão comentada de MONICA. Faria toda diferença na hora da tradução.
Mas tudo isso são resenhas e entrevistas e comentários e críticas a que eu tenho acesso agora, em outubro, três meses depois de entregar a tradução.
MONICA, Daniel Clowes, folha de guarda
Só este ano, traduzi outros três livros no escuro. Ainda não saíram no exterior e vivi o privilégio dúbio de ler antes dos outros mortais.
Estou trabalhando em mais um neste estilo agora mesmo, e tenho certeza que vou descobrir que estou trabalhando com um PDF capenga. Mas não tem o que fazer: é um quadrinho que, em inglês, só vai sair em maio de 2024.
(Não é MINHA COISA FAVORITA É MONSTRO 2. Esse ainda não me passaram.)
No final, descobri que meu PDF de tradução de MONICA estava 95% completo. Sim, era capenga. Faltava um detalhe do final que, embora não seja indispensável, confirma uma coisa da trama. Falar mais é spoiler.
Não sei o quanto eu mudaria da minha tradução de MONICA se soubesse tudo que eu sei agora sobre MONICA. É possível que não mudasse nada – só teria tomado algumas decisões de tradução com mais segurança. De repente eu tinha que traduzir Clowes assim, tateando no escuro, para o leitor também se perder. É certo que não é um quadrinho que se explica fácil.
Ler as resenhas: antes ou depois? Depois. Já fui de ler muita resenha e ouvir muita crítica antes, e ficar com o apetite estragado. Principalmente críticas elogiosas, que botam minha expectativa em um nível que o quadrinho (o filme, o livro, a banda) não tem como cumprir. Melhor ler depois, para bater sua opinião com a dos outros, para ver outras chaves, outras ideias. De sobremesa.
Mas não muito depois, porque aí não é sobremesa.
MONICA, Daniel Clowes, nemo [amazon]
Não é de se estranhar que o mundo dos quadrinhos não tenha dado atenção para os maravilhosos originais de George Herriman na Bienal de São Paulo. Os autores de quadrinhos têm uma ignorância altiva e orgulhosa das coisas do mundo, que pode se estender até ao maior autor de quadrinhos da mais estupenda fase dessa arte – a saber, as tiras estadunidenses das primeiras décadas do século XX. E o gênio de Herriman atravessa e supera todas as décadas que o separam de nós, falando com maestria sobre raça, gênero e transgênero, representatividade, narrativa e desconstrução de seu próprio ethos de autor (a única desconstrução possível) em páginas que defendem a batalha mais importante da arte moderna: a liberdade de criar. Conheço artistas que alcançam Herriman: o melhor Shakespeare, Rembrandt na velhice e Mira Schendel em seu esplendor. Mas nunca vi ninguém que superasse esse homem negro de pele clara da Louisiana, que escondeu seu cabelo crespo com um chapéu, nas redações dos jornais, enquanto revelava ao mundo um triângulo amoroso transexual e transracial, onde linguagem, desenho e narrativa se intercambiassem, se liquefizessem e reconstruíssem incansavelmente, como a vida de todos nós. Em KRAZY KAT, a liberdade de criar revela o amor como sendo o fundamento dessa liberdade. Amar a todos, de todas as formas. E se isso não é o mais belo projeto de mundo que possa ser sonhado pela arte, não sei mais o que é arte.
Rafael Campos Rocha, no Instagram.
Queria muito, mas ainda não consegui ir à 35ª Bienal de São Paulo. Vai até 10 de dezembro. Tenho uma chance de ir a São Paulo, vai que rola.
KRAZY KAT, George Herriman, 25/5/1919
Traduzi dois volumes de KRAZY KAT, com as páginas dominicais de 1916 a 1921, para a editora Skript. O primeiro saiu no ano passado, o outro sai no ano que vem. Não tive como traduzir sem passar quase um ano imerso em Herriman e Kat. Não vi resumo mais bonito que esse do Rafa Rocha.
KRAZY KAT: 1916-1918 [amazon]
Segundo as minhas anotações, comecei a traduzir HYPERION, de Dan Simmons, em junho de 2020 e terminei em novembro de 2021. Dezessete meses.
Não levo dezessete meses para traduzir livro nenhum, nem tem editoras que dão prazo de dezessete meses. O que aconteceu foi que a Storytel pediu para eu começar, depois pediu para eu parar porque tinha outro livro mais urgente, depois parar por causa de outro livro… e HYPERION era sempre empurrado pra frente.
Mas foram dezessete meses em que pensei em HYPERION. Se você não notou as datas, junho de 2020 a novembro de 2021 pega aquele período feio de isolamento por causa da pandemia. Foi uma tradução de pandemia.
Levou um tempo, mas a tradução saiu esta semana: em um audiobook de 24 horas e meia.
Estou longe, bem longe de ser o cara mais versado em ficção científica, mas tenho noção da importância de HYPERION no cânone. Passei dezessete meses pensando nisso. Lembro da pesquisa para ver o que batia e o que não batia com CONTOS DA CANTUÁRIA, as referências a Shakespeare, Keats e DUNA, de montar um glossário com 300 neologismos, de padronizar o vocabulário do Poeta quando ele sofre um AVC e só consegue montar frases com fuck, shit, piss, cunt, goddamn, motherfucker, asshole, peepee, poopoo (porra, merda, mijo, puta, caralho, foda, cu, xixi, cocô) e de achar O Conto do Acadêmico um dos contos mais brilhantes que eu li na vida.
HYPERION, Dan Simmons [storytel]
Comecei a semana com o fim da tradução de MESADOCANTO (é um codinome). Ou melhor, terminei a primeira fase, a mais demorada. Revisei e revisei de novo e entreguei mais trinta páginas. Falta menos da metade. Com sorte termino ainda este mês, que era a meta otimista.
Também acabei a primeira versão da tradução de TROUGH THE LOOKING GLASS. Deixei todas as rimas para o Érico do futuro resolver. Falta a coragem para respirar fundo, virar o Érico do futuro e encarar “Jabberwocky”.
Traduzi 70 páginas do gibi denso e 170 do gibi ralo - “denso” e “ralo” em termos de quantidade de texto.
Saiu o episódio do Notas dos Tradutores sobre MARJORIE FINNEGAN: A LADRA DO TEMPO, traduzida pelo Mario e o Carlão, editada por Diego Moreau. Bom episódio sobre tradução a seis mãos.
E agora o Notas dos Tradutores tem camisetas na TraduShirts:
Comecei a preparação de ANATOMIA EXPRESSIVA PARA QUADRINHOS E NARRATIVAS, de Will Eisner. Devo terminar assim que mandar essa newsletter.
Ajudei o Vinicius/2Quadrinhos a roteirizar este vídeo sobre lombadeiros.
E saiu uma entrevista curtinha, tipo Quadrinhos da Sua Vida, no instagram da Quadrinhos na Cia. Fui obrigado a aparecer em uma foto.
Os links abaixo são de trabalhos meus com lançamento em breve. Comprar pelos links da Amazon me rende uns centavos. Se puder, use os links.
em outubro
SANDMAN APRESENTA VOL. 7: BAST & O CORÍNTIO, Caitlín R. Kiernan, Joe Bennett, Darko Macan, Danijel Zezelj, panini
KULL: A ERA CLÁSSICA (OMNIBUS), Roy Thomas, Berni Wrightson, Marie Severin, John Severin, Doug Moench, John Bolton, Chuck Dixon, Dale Eaglesham e grande elenco, panini
ANIQUILAÇÃO: A CONQUISTA (OMNIBUS), Dan Abnett, Andy Lanning e grande elenco, panini [traduzi só os extras]
VAMPIRO AMERICANO, EDIÇÃO DE LUXO VOL. 4, Scott Snyder, Rafael Albuquerque e companhia, panini
SETOR UM, Colson Whitehead, harpercollins
CONTOS DOS SUBÚRBIOS DISTANTES, Shaun Tan, darkside
MONICA, Dan Clowes, nemo
O GATO PETE E OS QUATRO BOTÕES BACANÕES, James Dean e Eric Litwin, harpercollins
POR QUE NÃO PEDIRAM A EVANS? (audiolivro), Agatha Christie, harpercollins
HYPERION (audiolivro), Dan Simmons, storytel
em novembro
A BRIGADA DOS ENCAPOTADOS, K.W. Jeter, John K. Snyder III, Dave Louapre, Dan Sweetman, Alisa Kwitney, Guy Davis, John Ney Rieber, John Ridgway, panini
CAPITÃ MARVEL VOL. 9, Kelly Thompson, Sergio Dávila, Marguerite Sauvage, Torun Gronbekk e mais, panini
ESTÁ TUDO BEM VOL. 1, Mike Birchall, suma
LITTLE NEMO VOL. 2: 1910-1914, Winsor McCay, figura [a tradução é de Cesar Alcázar; eu escrevi um posfácio compriiiido]
em dezembro
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA VOL. 7, James Owsley, John Buscema, Val Semeiks e mais, panini
TERRA LIVRE: UM CONTO DA CRUZADA DAS CRIANÇAS, Neil Gaiman, Chris Bachalo, Alisa Kwitney, Jamie Delano, Peter Snejbjerg, Toby Litt, Peter Gross e mais, panini
SANDMAN APRESENTA VOL. 8: TEATRO DA MEIA-NOITE, Neil Gaiman, Matt Wagner, Teddy Kristiansen e outros, panini [metade do volume tem outras HQs por outros tradutores]
vem aí
NUNCA ME ESQUEÇAS, Alix Garin, moby dick
NOVEMBRO VOL. 3 e 4, Matt Fraction e Elsa Charretier, risco [a campanha de financiamento do volume 4 começa em breve]
VOLEUSE, Lucie Bryon, risco
HOW TO e WHAT IF 2, Randall Munroe, companhia das letras
CHEW VOL. 4, John Layman e Rob Guillory, devir
KRAZY & IGNATZ VOL. 2: 1919-1921, George Herriman, skript
COMIC BOOKS INCORPORATED, Shawna Kidman
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, Lewis Carroll
mais BONE de Jeff Smith (e amigos), todavia
+ Adrian Tomine
+ Tom Scioli
+ Tom Gauld
+ Ray Bradbury
+ Shaun Tan
+ Craig Thompson
+ Will Eisner
+ Conan
Todas as minhas traduções: ericoassis.com.br
FUNNY THINGS: A COMIC STRIP BIOGRAPHY OF CHARLES SCHULZ, Luca Debus e Francesco Matteuzzi, top shelf [amazon]
Começando a ler.
THE SUPERHERO’S JOURNEY, Patrick McDonnell, abrams comicarts [amazon]
Outro que estou começando.
Javier Rodríguez (desenho e cores), com arte-final de Alvaro López, letras de Joe Caramagna, roteiro de Mark Waid, A HISTÓRIA DO UNIVERSO MARVEL.
Vi no twitter do Javier Rodríguez, aqui, e tinha esquecido que já traduzi essa página. [amazon]
BLACK ORION, Bruno Seelig, mino, p. 87 [amazon]
Aquela música do Black Rebel Motorcyle Club, WHATEVER HAPPENED TO MY ROCK AND ROLL, em forma de gibi. Só que melhor, mais suada, com mais carros, tiros e cthulhus.
Você leu a VIRAPÁGINA, newsletter de Érico Assis. Sou jornalista e tradutor, e escrevo profissionalmente sobre quadrinhos desde 2000. Publiquei dois livros: BALÕES DE PENSAMENTO 1 [amazon] e 2 [amazon]. Tem mais informações no meu website ericoassis.com.br.
Eu prometi a mim mesmo que a edição desta semana ia ser mais curta. Fica para a 009.
Até lá, que você vire boas páginas.
Com certeza! Eu devia ter trazido esse comentário do Javier quando coloquei a página, porque foi um dos motivos pelo qual quis compartilhar. Valeu pela lembrança!
Oi, Péricles. Ótima pergunta. Com certeza já cometi erros em tradução e lembro de alguns pontuais: um personagem ia para Cleveland quando deveria estar vindo DE Cleveland em uma frase (ou vice versa), quando troquei o nome consagrado de um personagem da Marvel naquele livro sobre a história da editora... Mas nesse sentido de o erro prejudicar fundamentalmente o sentido do texto, mesmo que de um trecho do texto, não me lembro de algum. É bastante possível que já tenha acontecido e eu não sei.
Já teve vezes em que um editor me apontou um erro desses. Ou seja, no processo de revisão do meu trabalho, alguém captou o erro antes de chegar pros leitores. Eu não tinha interpretado bem algum trecho, outro leitor interpretou de um jeito que realmente pareceu mais condizente. O que é bom: quer dizer que o sistema editorial funcionou.
Quanto a avisar ou não a editora do livro em que você encontrou o erro, eu acredito que vale avisar, sim. Nesses casos, é sempre bom lembrar de não fazer ataques ad hominem, tipo "o fulano tradutor errou", mas dizer que o livro saiu errado - e a editora entender que isso é um erro de que o processo editorial do livro não deu conta.
Caso você encontre algum erro nas minhas traduções que eu assino, fique à vontade para me apontar!