078: HISTÓRIAS SÃO MENTIRAS
mike carey e lúcifer | dindim | minha semana | páginas viradas
O texto a seguir é a introdução de LÚCIFER: EDIÇÃO DE LUXO VOLUME 5, da Panini, com lançamento previsto para março. Traduzi este texto e todos os volumes de LÚCIFER - o quinto é o último.
Na introdução, o roteirista Mike Carey - que escreveu as mais de 1800 páginas do quadrinho - trata de uma das histórias que está no volume, mas ao mesmo tempo trata da série inteira, da relação de Lúcifer com a verdade e a mentira, e de mais: fala da posição da verdade e da mentira no ofício de contar histórias. Qualquer história.
“Todas as histórias são mentiras, mas as boas histórias são mentiras feitas com luz e com fogo. Elas elevam nossos corações para além do pó e para além da tumba”, como diz um dos personagens de Carey, e como ele repete no texto.
Gosto muito de LÚCIFER. Já repeti algumas vezes que é a série de quadrinhos mais ignorada do mercado. Ela não é perfeita - especialmente nos desenhos. Além disso, gosto menos da narrativa principal, das lutas e planos do personagem-título, e mais dos desvios desse eixo principal. Das histórias pequenas, curtas, de uma edição só, pequenos contos fantásticos, que são ouro. Neste volume, tem uma de Gaudium (melhor personagem da série) e aquela em que Elaine, a menina que virou Deus, reúne as amigas num bar. Cada volume tem duas ou três dessas histórias. Repito: elas são o ouro de LÚCIFER.
A propósito: a série de TV LÚCIFER, apesar de baseada no mesmo personagem, não tem outra relação com o quadrinho. Até onde me contaram, porque eu nunca assisti.
Além disso, li pouco de O INESCRITO, o quadrinho que repetiu a parceria entre Mike Carey e Peter Gross, sendo que Gross desenhou a maior parte de LÚCIFER. Sei que O INESCRITO trata muito das imbricações entre realidade e ficção (literatura, especialmente, e um semi-Harry Potter, mais especificamente). Um dia ainda vou ler.
Algumas observações. Primeira: ele é de 2014, há quase dez anos. Há menções a Neil Gaiman, menções laudatórias. Caso seu estômago tenha problemas, lembre que o texto é de 2014 e que o foco do texto não é esse. Também há menções à importância das histórias na formação da humanidade, uma ideia que entrou na moda um pouco depois com a popularização de SAPIENS, de Yuval Noah Harari. Não era um papo tão pop em 2014.
Por fim, se você comparar a tradução do texto aqui e no volume da Panini, ambas assinadas por mim, pode encontrar algumas diferenças. As diferenças têm a ver tanto com o processo de revisão e edição pelo qual a edição impressou passou quanto o fato de que, quando eu tenho chance de rever uma tradução, ela vira outra tradução. Quem conta um conto, aumenta um ponto, quem traduz de novo, aumenta/repensa/rerepensa/mexe/corta/soma vários pontos. E isso tem alguma coisa a ver com esse papo de mentiras e verdades e contar histórias.
O último volume das (re)edições de luxo de LÚCIFER inclui tanto nossa conclusão épica, “Estrela da Manhã”, quanto o prolongamento que decidimos chamar de “Vésperas”. No planejamento original, o que seguimos ao longo de todo o trajeto, o final devia ter sido “Estrela da Manhã”. Foi nossa editora Shelly Bond quem fez a pergunta matadora: “Vocês não querem se despedir dessa gente?” Ela se referia ao nosso elenco, não aos leitores. Com vocês, a gente ainda esbarra por aí. Assim que a cortina caísse, porém, teríamos o último adeus no que diz respeito aos personagens. Fora um e outro acidente de percurso, não lhes daríamos mais voz nem retrato.
Então, dissemos que sim: vamos fazer um epílogo. E aí o epílogo virou um arco, que deve ter tido tantos olás quanto adeus. O epílogo também ganhou uma história, meio perdida ali no meio, que foi metade manifesto, metade teste para o projeto em que Peter e eu embarcaríamos a seguir: O INESCRITO.
A história a que me refiro é “À Beira da Fogueira”, a da edição 70, que molha o dedinho nas águas metaficcionais. Ela se passa durante um concurso de histórias e retrata três dos contos que são apresentados na competição. O tema do concurso é anunciado na primeira história: “mentiras”. A primeira apresentação é uma história de terror sobrenatural que mostra como as mentiras podem nos destruir. A segunda é uma comédia burlesca que sugere – em réplica à primeira – que a ignorância pode ser uma benção e que a verdade pode ser o recife que vai provocar nosso naufrágio.
Então nosso personagem Martin (que leitores atentos lembrarão da história “O Escorregador de Malhavidro”, em LÚCIFER LIVRO QUATRO) se apresenta e solta sua prosa – que dialoga com as duas histórias precedentes. A história de Martin trata de uma mentira que uma mulher conta para salvar a vida do homem que ama, embora suas palavra lhe custem (como ela sabia que custariam) sua própria vida. Martin, no fim, desenha a moral do que contou: “Todas as histórias são mentiras, mas as boas histórias são mentiras feitas com luz e com fogo. Elas elevam nossos corações para além do pó e para além da tumba.”
Eu tinha uma história específica em mente quando escrevi aquilo: o épico de mil filamentos que é SANDMAN, a grande árvore da qual LÚCIFER brotou. A estrutura de “À Beira da Fogueira” imita de propósito aquela edição de SANDMAN em que quatro agentes funerários que fazem vigília de um cadáver trocam histórias para a noite passar mais rápido (é o número 55, “Mortalhas”, que faz parte de SANDMAN VOL. 8: FIM DOS MUNDOS). “À Beira da Fogueira” foi um microcosmo de tudo que era LÚCIFER: uma reflexão sobre temas que Gaiman apresentou usando personagens que Gaiman criou e tropos narrativos que Gaiman inventou e refinou. É óbvio que botamos sangue e suor e lágrimas nessa mistura, mas isso tem que ser dito: viemos depois na linha hereditária, e foi um privilégio estar aqui.
Mas tem uma questão maior a se firmar sobre narrativas, que é um argumento em que acreditamos com todo fervor e que desenvolvemos mais em O INESCRITO. O de que, sim, histórias são mentiras. As mentiras são o que se acredita como o oposto da verdade, da realidade, e essa comparação costuma definir a verdade como uma coisa boa de facto. Platão queria banir os contadores de histórias de sua república ideal exatamente por causa disso – porque, se formos chamar as coisas pelo nome que elas merecem, quem conta histórias é um puta de um mentiroso.
Não discordamos, nem Peter nem eu. Só acrescentaríamos que é por causa das histórias que nós, seres humanos, vivemos. Cada mínima coisinha que tem algum significado para nós e para você parte de uma narrativa: nossas religiões e nossas filosofias, nossa política e nossa moral, todo tipo de afiliação que fazemos a qualquer grupo. São as histórias que aceitamos, que adentramos e em cima das quais construímos nossas vidas. Toda família tem uma história de seu próprio histórico, geralmente com registros dissonantes pelas beiradas. Toda nação faz a mesma coisa, só em escala maior. Nossas personalidades são narrativas, criadas em retrospectiva para encobrir os paradoxos, enigmas e inconsistências do nosso comportamento.
Portanto, quem conta histórias mente. E nós vivemos de contar histórias. No fim das contas, porémn, é uma vocação nobre. Quando funcionam, quando comovem, quando nos desafiam e nos deleitam, histórias são mentiras pelas quais viver.
E é possível que, na imagem que Martin escolhe, haja um pequeno aceno à história em específico que Peter e eu estávamos contando (naquele momento) há seis anos. “As boas histórias são mentiras feitas com luz e com fogo”. Lúcifer, cujo nome significa Portador da Luz, é tratado como Pai da Mentira. O nosso Lúcifer tem uma certa obsessão pela verdade, no sentido rigoroso e legalista. Mas ele é a mentira que nos propusemos a contar, e adoramos todo o tempo que passamos com ele.
Há pouco tempo, passei uma noite excelente com Michael Chemers, autor de Ghost Light e Staging Stigma. Um dos assuntos que discutimos são as novas interpretações que surgiram nos estudos sobre os primatas a respeito de nosso parentesco com símios e os pontos cruciais em que nós e eles somos diferentes. Macacos cooperam de maneira excelente quando existe um benefício imediato e evidente, mas dão com a cara na parede em situações nas quais a colaboração beneficiaria só uma parte e a outra não. “Eles precisam decidir que vão dar confiança”, Michael disse. “Ou seja, precisam de uma maquete mental de como o outro símio vai compartilhar do provento do trabalho em comum. E eles não conseguem. É por isso que macacos não constroem hospitais.”
Em outras palavras: na falta de boa história, perdeu-se uma batalha.
Martelamos essa tecla com frequência em O INESCRITO, mas parece que muitas linhas contemporâneas da física, da psicologia, da antropologia e da teoria da cultura têm convergido para a mesma constatação: se você tirar a camada superficial de qualquer coisa, qualquer coisa que seja, o que você vai encontrar é uma narrativa ou algo que se passa por narrativa.
E isso vale para as próprias histórias. Histórias se constroem sobre outras histórias; o esqueleto de outras histórias está enterrado nas suas fundações. Nosso Lúcifer é o Lúcifer de Gaiman, e de Blake, e de Milton, e é o Atse’Hashke da Garota Sílex , e o Criador de Esa-Kira. Algo de antigo, assim pensamos, e algo de novo. Só que nunca existe algo novo. E, nas histórias, nada envelhece. Não no sentido real. Nada tem fim. Assim que abrir este volume, na primeira página, você está de volta. Os atores tomam suas posições e você é um deles. Aliás – e obviamente – você é todos eles.
Boas-vindas a quem retorna. Já vamos começar.
Mike Carey
Londres, julho de 2014
LÚCIFER - EDIÇÃO DE LUXO VOLUME UM, de Mike Carey, Chris Weston, Peter Gross, Dean Ormston, Ryan Kelly e companhia, panini [amazon]
LÚCIFER - EDIÇÃO DE LUXO VOLUME DOIS, de Mike Carey, Peter Gross, Dean Ormston, Ryan Kelly e companhia, panini [amazon]
LÚCIFER - EDIÇÃO DE LUXO VOLUME TRÊS, de Mike Carey, Peter Gross, Jon J. Muth e companhia, panini [amazon]
LÚCIFER - EDIÇÃO DE LUXO VOLUME QUATRO, de Mike Carey, Peter Gross, Ryan Kelly, P. Craig Russell, Marc Hempel e companhia, panini [amazon]
LÚCIFER - EDIÇÃO DE LUXO VOLUME CINCO, de Mike Carey, Peter Gross, Ryan Kelly, Dean Ormston, Michael Kaluta e companhia, panini [amazon]
Os links abaixo são de trabalhos meus que foram lançados há pouco tempo ou que serão lançados em breve. Comprar pelos links da Amazon me rende uns caraminguás. Se puder, use os links. As datas podem mudar a qualquer momento e eu não tenho nada a ver com isso.
agora, no Catarse:
FICCIONÁRIO, Horacio Altuna, risco
em fevereiro
A ESTRANHA MORTE DE ALEX RAYMOND, Dave Sim e Carson Grubaugh, go!!!comics
SOMNA, Becky Cloonan e Tula Lotay, comix zone
A BATATA FOLGADA, Jory John e Pete Oswald, harperkids
PATRULHA DO DESTINO POR RACHEL POLLACK - EDIÇÃO DE LUXO VOL. 1, Rachel Pollack, Richard Case, Scot Eaton, Linda Medley e vários, panini
ZDM: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 3, Brian Wood, Riccardo Burchielli, Kristian Donaldson, Nikki Cook, Ryan Kelly, panini (republicação - traduzi algumas histórias)
VAMPIRO AMERICANO: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 1, Scott Snyder, Rafael Albuquerque, Stephen King, Roger Cruz, Sean Murphy, panini (reimpressão)
HAPPY ENDINGS, coleção de histórias curtinhas de Lucie Bryon, foi anunciado pela Risco Editora. Eu #traduzi.
Era o que eu chamava de PROJETO OCEANO.
Sai este ano, acho que no primeiro semestre.
em março
LÚCIFER: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 5, Mike Carey, Peter Gross, Ryan Kelly, Colleen Doran, panini
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA vol. 8, James Owsley, Val Semeiks, Geof Isherwood e outros, panini
CONAN, O BÁRBARO 6, Jim Zub e Roberto de la Torre, panini
A ESPADA SELVAGEM DE CONAN 2, Jim Zub, Richard Case, Patrick Zircher, panini
STRANGER THINGS: ESPECIAL DE FÉRIAS, vários autores, panini
SONIC VOL. 13: A BATALHA PELO IMPÉRIO, Ian Flynn, Adam Bryce Thomas e vários, geektopia
em abril
RASL, Jeff Smith, todavia
CONAN, O BÁRBARO 7, Jim Zub e Doug Braithwaite, panini
STRANGER THINGS: CONTOS DE HAWKINS, Jody Houser, Caio Filipe, Sunando C, Giorgia Gio Sposito, Nil Vendrell, Dan Jackson, Nate Piekos, panini
ainda este ano
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA VOL. 9, Val Semeiks, Michael Higgins, Ron Lim e outros, panini
ESTÁ TUDO BEM VOL. 2, Mike Birchall, suma
GIBI S.A., Shawna Kidman, veneta
HAPPY ENDINGS, Lucie Bryon, risco
SAPIENS VOL. 3, David Vandermeulen e Daniel Casanave, quadrinhos na cia.
SONIC vol. 14 e 15, Ian Flynn, Adam Bryce Thomas e vários, geektopia
vem aí
HOW TO e WHAT IF 2, Randall Munroe, companhia das letras
KRAZY & IGNATZ VOL. 2: 1919-1921, George Herriman, skript
FEEDING GHOSTS, Tessa Hulls, quadrinhos na cia.
mais BONE de Jeff Smith (e amigos), todavia
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS e ATRAVÉS DO ESPELHO, Lewis Carroll
+ Adrian Tomine, Dan Clowes, Shaun Tan, Will Eisner, James Tynion IV, Joe Sacco, Laura Pérez
+ Gato Pete, Lore Olympus, Conan, Kull
etc. etc. etc.
Todas as minhas traduções: ericoassis.com.br
Minhas duas últimas semanas:
Entreguei a tradução do PROJETO LATA DE TINTA.
Entreguei a tradução do PROJETO METEOR CITY.
Comecei, terminei e entreguei a tradução de STRANGER THINGS: CONTOS DE HAWKINS, que já está em pré-venda.
Entreguei mais um Omnibus de CONAN. O bichinho tem 944 páginas, 730 mil toques, equivalente a um livro de 350 laudas. Levou 64 dias de trabalho (de parto) e a edição original tem 2,5kg. Estou em repouso pós-parto hiboriano.
Mas não muito repouso, porque apareceu mais um CONAN curtinho para traduzir e entregar na semana que vem. É curtinho mesmo, dá pra fazer da minha (pseudo) cama de repouso.
Terminei a tradução de CRUMB: A CARTOONIST’S LIFE, de Dan Nadel. Melhor dizendo: concluí a primeira parte da tradução, a primeira versão do texto. Agora começam dois meses e pouco de revisão. Spoiler: O último capítulo é lindo.
Comecei a tradução do PROJETO DESAMOR. Mais detalhes quando tiver mais detalhes.
A Go!!! Comics me contratou para negociar alguns quadrinhos com editoras gringas, incluindo sugestões que eu dei e outras que vieram da própria Go. Uma das minhas sugestões virou uma negociação, o contrato já foi assinado e, pimba, serei o tradutor de WILL EISNER: A COMICS BIOGRAPHY, de Stephen Weiner e Dan Mazur.
O nome já diz: é uma biografia em quadrinhos de Will Eisner. Está prevista para julho nos EUA, deve sair quase junto por aqui. Já li. Começo a traduzir em março.
Traduzi uma biografia de Eisner em prosa, UM SONHADOR NOS QUADRINHOS há mais de dez anos. Conheço o rapaz.
A Risco Editora, via Fora do Plástico, anunciou dois quadrinhos de Paul Kirchner e depois me avisou que vou traduzir os dois. São ÔNIBUS 2 e O ESPELHO DOS SONHOS E OUTRAS HISTÓRIAS. Ambos saem este ano. Devo começar a tradução também em março.
Traduzir o primeiro volume de ÔNIBUS foi uma das gratas surpresas da minha vida. Adorava as tiras há muito tempo.
A Risco também anunciou HAPPY ENDINGS, de Lucie Bryon, como comentei ali em cima. Este já está traduzido desde o ano passado.
Saíram dois vídeos de Lançamentos da Semana e um 2QNews no 2Quadrinhos. Colaborei na redação dos dois para dizer que ROM é nostalgia e só, que o Bastien Vivès é cuzão mas às vezes está certo e da capa rasgada pelas garras do Wolverine.
De Matt Madden, aqui:
Fui citado pelo
:E a
escreveu uma resposta à virapágina 076, mas não só:ABSOLUTE WONDER WOMAN n. 4, por Kelly Thompson, Hayden Sherman, Jordie Bellaire e Becca Carey. [amazon]
JENNY SPARKS n. 6, por Tom King, Jeff Spokes e Clayton Cowles. [amazon]
TEXAS KID, MY BRO, p. 29, por Darko Macan e Igor Kordey. Está em campanha no Catarse e recomendo.
Laerte, aqui.
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Meu nome é Érico Assis. Sou jornalista e tradutor. Escrevo profissionalmente sobre quadrinhos desde 2000, traduzo profissionalmente desde 2009. Sou um dos criadores do podcast Notas dos Tradutores, colaboro com o canal de YouTube 2Quadrinhos e com o programa Brasil em Quadrinhos do Ministério das Relações Exteriores. Dou cursos de tradução na LabPub. E escrevo esta nius.
Publiquei dois livros: BALÕES DE PENSAMENTO 1 e 2, disponíveis em formato digital e físico na Amazon.
Tem mais informações no meu website ericoassis.com.br.
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E que você vire ótimas páginas até a semana que vem.
Li O Inescrito na época do lançamento por aqui e reforço a recomendação. Esse texto maravilhoso que você compartilhou é um claro reflexo do que esperar dessa fantástica HQ dele com o Gross, que vai muito além de uma referência a Harry Potter.
O mercado, naqueles tempos, sempre buscou por um "herdeiro de Sandman", que ao meu ver, se provou em O Inescrito. Nunca li o Lúcifer dele, mas agora fiquei com vontade, Mike Carey é foda, saindo da sombra de Gaiman e construindo o próprio legado (e até onde sabemos, não é um suposto escravagista sexual). Valeu por compartilhar.
Já estava ansioso pelos lançamentos da Go Comics (A Estranha Morte de Alex Raymond chegou ontem), mas sabendo que tem uma curadoria sua, fiquei mais empolgado ainda. Vou apoiar a biografia do Eisner assim que for aberta!