076: HÚBRIS
aquele sujeito + claire dederer | minha semana | dindim | páginas viradas
Alerta de gatilho: violência sexual e outras violências.
“Húbris”, disse meu amigo enquanto discutíamos o escritor cancelado. Era a explicação dele. “Húbris.”
Já li a palavra “húbris”, sei que é quase igual em inglês - e mais usada no inglês do que no português. Já devo ter escrito “húbris”. Não tenho certeza do que é. Sinônimo de “arrogância”, seria isso?
Na Antiga Grécia, aludia a um desprezo temerário pelo espaço pessoal alheio, unido à falta de controle sobre os próprios impulsos, sendo um sentimento violento inspirado pelas paixões exageradas, consideradas doenças pelo seu caráter irracional e desequilibrado, e concretamente por Até (a fúria ou o orgulho). Opõe-se à sofrósina, a virtude da prudência, do bom senso e do comedimento.
Húbris. Fiquei com essa explicação. Depois de tantos, tantos anos - eu acompanhei uns trinta desses anos - tudo subiu à cabeça do sujeito e ele se achou invencível. É uma explicação.
Ele a obrigou a fazer sexo oral enquanto seu pênis estava com urina. Ele mandou que ela o chupasse enquanto ele assistia prévias da primeira temporada de SANDMAN. Em uma ocasião, ele forçou o pênis na boca de Pavlovich com tanta força que ela vomitou. Ele disse para ela comer o vômito que estava no seu colo e lamber o resto do sofá.
Após pouco mais de uma semana de Pavlovich junto à família, o filho deles começou a tratá-la como “escrava” e mandou Pavlovich chamá-lo de “mestre”.
Do texto de Lila Shapiro, aqui.
O primeiro conto que eu traduzi foi dele. Um amigo da faculdade queria fazer um curta, eu tinha acabado de ler “We can do it for you wholesale”, que vinha de extra no final do meu paperback de NEVERWHERE. Que foi o primeiro livro grandinho que li, de cabo a rabo, em inglês.
O conto é a história do cara que contrata um assassino profissional pra matar o chefe, descobre que tem um desconto se matar duas pessoas, pensa em quem mais atrapalha sua vida, começa a consultar os planos de descontos para matar mais gente, chega a fazer contas de quantas pessoas precisa matar para virar rei da Inglaterra e resolve contratar o assassino para matar todo mundo - o que sairia de graça. Dou o spoiler porque, agora, você provavelmente não vai ler.
Nunca fizemos o curta. Eu adorava o conto.
Nessa época, eu já tinha a tatuagem que fiz depois de ler MORTE: O PREÇO DA VIDA.
Traduzi muito dele. Sempre que me caía mais um texto dele, eu comemorava nas redes. Até um pequeno trecho, uma entrevista; ano passado traduzi um prefácio dele, que ainda não saiu. Vai sair?
Em uma leitura em público, dez meses depois, ele sugeriu que Kendall e outras duas garotas o aguardassem no ônibus da turnê para que passassem um tempo juntos depois que ele terminasse a sessão de autógrafos. Quando ele apareceu, puxou Kendall para os fundos do ônibus e deitou em cima dela. Ficava dizendo: ‘Me beija com força’, Kendall lembra. Ela tentou entrar no clima, mas estava em pânico. Ele acabou saindo de cima. ‘“Sou muito rico”’, ela lembra ele dizer, “‘e estou acostumado a ter o que eu quero.’” (Anos depois, ele entregou 60 mil dólares a Kendall para ela pagar a terapia, uma iniciativa, como ele disse em conversa telefônica gravada, ‘de compensar, em parte, o estrago.’)”
Do texto de Lila Shapiro, aqui.
Vi o sujeito uma vez. Vi na minha frente, no caso. Era uma palestra, uma mesa redonda. Ele estava contando uma lembrança dos tempos de SANDMAN, o quadrinho. Chegou numa frase boa enquanto contava a lembrança, ia continuar, mas… parou. Fez um gesto com a mão, tipo um corte; olhou pra baixo, deu um sorriso. Como se estivesse editando o próprio texto, ao vivo, sabendo que menos é mais. Ou querendo dar tempo para as outras pessoas da mesa também contarem suas lembranças.
Foi nessa mesa que, com duas ou três palavras de carinho, ele fez Sam Kieth chorar.
Um gentleman, um erudito e um amigo. Um pingo de afetação, sim, mas muito senso de humor. Autodepreciação, sim, mas só até o ponto em que não ficava ridículo, sendo ele quem ele é, tendo feito o que ele fez. Nem um pingo de arrogância (de “húbris”).
Mais tarde, ele sintetizou boa parte do que eu via, do que eu tentava copiar, no famoso discurso para formandos, o “Faça Boa Arte”. Tenho três versões do discurso em livro, traduzi uma versão em quadrinhos.
As três qualidades do free-lancer? Quem já fez aula comigo sabe que eu cito como lei.
Eu lia todas as entrevistas. Eu queria ser aquilo: o gentleman, o erudito e o amigo. Já resolvi problemas - de escrita, de conduta profissional, talvez até de relacionamentos - me perguntando “o que ele faria?”, “o que ele diria?”
Condenar a celebridade cancelada afirma a ideia de que existe uma celebridade positiva, que não carrega a mancha da celebridade cancelada. A celebridade ruim, mais uma vez, reforça a ideia da celebridade boa, coisa que não existe. Porque celebridades não são agentes da moral. Elas são imagens feitas para reprodução.
Esta é Claire Dederer em MONSTERS: A FAN’S DILEMMA [Monstros, o dilema do fã], fim do capítulo 12. Ótimo livro. Eu queria ler desde uma resenha do
. Trata do que fazer com as obras incríveis dos homens horríveis.Numa discussão com ela mesma, Dederer pergunta o que fazer se ela gosta dos filmes do Polanski. E se ela quiser assitir Woody Allen? E ouvir Miles Davis? Ou dançar Michael Jackson? E ver as obras do Picasso? Ler os contos do Raymond Carver? Seus filhos deviam ler J.K. Rowling?
Como eu tinha acabado de levar essa puxada de tapete na minha relação parassocial com o sujeito, o do húbris, foi a leitura certa na hora certa.
A citação acima abriu minha cabeça: eu não via o sujeito, eu via uma imagem. Imagens são verdades construídas, imagens feitas para reprodução, imagens para comércio. (Dederer gosta de Debord, d’A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO.) De certa forma, é outro jeito de dizer “a foto não é o produto” e “nunca conheça seus ídolos”. Ok.
Mas, aí, Dederer, corajosíssima, diz que o meu problema - e o dela com Polanski, Allen, Davis, Carver - e o seu com os homens horríveis cuja obra você não consegue largar - é um problema de… amor.
Logo depois daquele trecho:
A real é que nós consumirmos ou não consumirmos a obra é, em essência, um gesto ético inútil. O que fica são as emoções. O que fica é o amor. O amor pela arte, um amor que ilumina e amplia nosso mundo. Amamos querendo ou não - assim como a mancha [sobre a celebridade] também vai acontecer, queira você ou não. Eu ler e reler Carver compulsivamente é uma coisa moldada pela minha experiência: meu histórico, minha geografia, as minhas bebedeiras, as minhas aspirações literárias. Também é uma coisa moldada, pelo menos para mim, pela biografia de Carver. O que sai de toda essa barafunda é uma coisinha muito simples e descomplicada: amor.
Você deve ou não deve consumir a obra incrível do homem horrível? Consumir no sentido de comprar, mas também no sentido de fruir - ouvir, ler, assistir etc.
Segundo Dederer, a decisão é absolutamente pessoal. Vai do estômago de cada um. E vai do amor de cada um.
“Dá pra separar a obra do autor?” A pergunta não é essa. A pergunta é se amar a obra incrível é amar o homem horrível. E a resposta é: Não. Se você não for um ser igualmente desprezível, você ama, no máximo, a imagem do homem. A imaculada.
Boicotar vale a pena? Afinal, o homem horrível vai continuar ganhando dinheiro para fazer suas coisas horríveis. Segundo Dederer, essa atitude geralmente é inútil. Primeiro, porque é uma ideia burguesa, de que você é um mero consumidor ou uma mera consumidora, e de que o capitalismo, comprar ou não comprar, resolve todos os problemas.
E segundo:
Com reações tipo “E aí, vai jogar as obras de X no lixo?”, críticos viram serviçais do capital, tirando o foco do agressor e dos sistemas que apoiam o agressor e botando o foco no consumidor individual.
(Numa sincronia macabra, li o livro de Dederer muito perto do dia em que li o capítulo sobre “Assassinos” em LONGE DA ÁRVORE, do Andrew Solomon. Sobre como é ser pai ou mãe do responsável por uma chacina, por exemplo. O amor funciona de várias maneiras.)
Casos como o do sujeito, o meu sujeito, o do “húbris”, não vão se resolver reclamando muito no instagram, cuspindo na foto (ou no sujeito) ou jogando os livros no lixo. Talvez se resolvam na justiça - espera-se que se resolvam na justiça, em parte. Mais do que isso, casos como o dele têm que servir para iluminar estruturas: chamar atenção para os fatos e atos que reproduzem e sustentam os homens horríveis. É sobre esses fatos e atos que se precisa tomar atitude.
Deixar de ler CORALINE provavelmente não vai mudar nada nesse mundo.
Dederer, encerrando o capítulo:
Em outras palavras: Não existe resposta certa. Você não tem a responsabilidade de achar a resposta. A sensação de que você tem responsabilidade é um xibolete, um reforço do seu papel limitado, trágico, como pessoa que consome. Não existe autoridade e não deveria existir. Você é livre. Você é inconsistente. Você não precisa da grande teoria unificada a respeito do que fazer quanto ao Michael Jackson. Você é hipócrita, sempre vai ser. Você adora NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA, mas não suporta ficar na frente de um quadro do Picasso. Você não é responsável por resolver essa contradição. Aliás, você não vai resolver nada por meio do consumo; a ideia de que isso é possível leva a um beco sem saída. O jeito como você consome arte não te torna uma pessoa ruim nem uma pessoa boa. Você vai ter que achar outro jeito de chegar lá.
Dederer dá um alento: mesmo lendo todas as entrevistas, eu nunca conheci o sujeito de fato. (Ainda bem?) E, de resto, a decisão é individual.
Tudo bem se eu não apagar a tatuagem. Os livros dele vão continuar na estante. As traduções continuam no currículo.
Mesmo que eu pense só no gentleman, erudito e amigo - a imagem - vai ficar um retrogosto ruim se eu usar o recurso do “o que ele faria?”, “o que ele diria?”. Vou ter que mudar a pergunta, ou mudar o personagem. Ou deixar essa ferramenta no fundo da caixinha.
Não tenho mais como citar em aula as três qualidades do free-lancer. Há que respeitar o estômago - e o desamor e os gatilhos - dos outros.
E tenho que prestar atenção nas minhas outras parassocializações. Um dia, outro sujeito vai ser outra decepção.
Meu livro preferido dele é THE VIEW FROM THE CHEAP SEATS (já foi traduzido no Brasil - não por mim -, mas provavelmente nunca será lançado). Meu texto preferido nesse livro era o que ele escreveu sobre Amanda Palmer para a Spin. Termina com os dois depois de um show, conversando sobre o show, os dois na cama, o rímel dela sujando o travesseiro.
Eu adorava esse final. Agora, nesse momento, nesse contexto, não desce. O amor ainda existe - pelo texto. Mas, pensando na biografia do sujeito e no que ele faz nas camas, ainda me dá uns problemas de estômago.
Todas as imagens acima vêm de DUST COVERS: THE COLLECTED SANDMAN COVERS, de Dave McKean, 2014.
Minha semana. Ou melhor: minhas semanas. A última vez que escrevi sobre meu diário de trabalho foi na virapágina 073, três edições atrás.
Tive uma semana de férias. Aconteceu de eu entrar nela com 44 anos, saí com 45.
Depois, voltei pro conancrumbecrumbconan. Minhas duas traduções principais no momento são dois projetos loooongos. Um tem mais de mil páginas de Conan e o outro é CRUMB: A CARTOONIST’S LIFE, de Dan Nadel.
De Conan, estou me encaminhando para o final - a entrega é na semana que vem. De Crumb, ainda vão uns três meses - já passei de dois terços do livro, ainda na primeira versão do meu texto.
Tirei uns intervalos do crumbconaneconancrumb para traduções mais curtas. Bem mais curtas. Um dos intervalos foi com mais Conan: A ESPADA SELVAGEM DE CONAN 3, que já entreguei.
Outro intervalo foi para o PROJETO LATA DE TINTA, que comecei na semana passada e entrego na próxima. Dica: é um quadrinho que já comentei aqui na virapágina.
Outro foi o PROJETO METEOR CITY. Esse é bem curto. Comecei anteontem, devo entregar semana que vem. É uma tradução do espanhol.
Escrevi aparatos - os textos de divulgação, quarta capa, orelhas etc. - de SAPIENS VOL. 3 e do PROJETO BIDEN, que deve ser anunciado em breve pela Quadrinhos na Cia.
O 2Quadrinhos está de férias porque chefe Vinicius está na França. Escrevi muita coisa para ele usar em vídeos - vídeos que vão sair depois da viagem - durante a semana passada, e foi o que provocou a edição anterior, corrida, da virapágina.
Tive ótimos papos, oficiais e extraoficiais, durante o 1o Festival Brasa de Quadrinho Brasileiro. Participei da sexta-feira, 31 de janeiro, e do sábado, 1 de fevereiro.
Na sexta, fiz uma “entrevista no palco” com Dieferson Trindade, onde ele se abriu muito sobre processo, vida e dores e glórias de fazer quadrinhos.
Fomos desenhados!
Muito obrigado ao Braian Malfatti!
Também tive papos nesse mesmo palquinho, no sábado, com o Rafael Albuquerque, depois com o trio Mateus Santolouco, Rafael Scavone e Eduardo Medeiros. Eu curti, espero que os quatro tenham curtido, acho que a plateia curtiu.
Saiu minha resenha de PLANETA DEMONÍACO REMINA, de Junji Ito (trad. Arnaldo Oka) na 451. Link na imagem.
E naquela semana das férias, que parece que foi há tempos, recebi em mãos meu Troféu HQ Mix por BALÕES DE PENSAMENTO 2. Ganhei no final de 2023, mas ele fez uma longa jornada até chegar nas minhas patinhas. Chegou. Obrigado a todos os envolvidos.
Os links abaixo são de trabalhos meus que foram lançados há pouco tempo ou que serão lançados em breve. Comprar pelos links da Amazon me rende uns caraminguás. Se puder, use os links. As datas podem mudar a qualquer momento e eu não tenho nada a ver com isso.
(No… subtítulo? cabeçalho? sumário?… da virapágina, eu sempre chamei essa seção de “capitalismo”. Fui criticado pela esposa. A partir de hoje, esta seção se chama “dindim”.)
agora, no Catarse:
FICCIONÁRIO, Horacio Altuna, risco
em fevereiro
A ESTRANHA MORTE DE ALEX RAYMOND, Dave Sim e Carson Grubaugh, go!!!comics
SOMNA, Becky Cloonan e Tula Lotay, comix zone
A BATATA FOLGADA, Jory John e Pete Oswald, harperkids
CONAN, O BÁRBARO 6, Jim Zub e Roberto de la Torre, panini
A ESPADA SELVAGEM DE CONAN 2, Jim Zub, Richard Case, Patrick Zircher, panini
PATRULHA DO DESTINO POR RACHEL POLLACK - EDIÇÃO DE LUXO VOL. 1, Rachel Pollack, Richard Case, Scot Eaton, Linda Medley e vários, panini
STRANGER THINGS: ESPECIAL DE FÉRIAS, vários autores, panini
ZDM: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 3, Brian Wood, Riccardo Burchielli, Kristian Donaldson, Nikki Cook, Ryan Kelly, panini (republicação - traduzi algumas histórias)
VAMPIRO AMERICANO: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 1, Scott Snyder, Rafael Albuquerque, Stephen King, Roger Cruz, Sean Murphy, panini (reimpressão)
Segundo me informam, já está nas melhores lojas PATRULHA DO DESTINO POR RACHEL POLLACK EDIÇÃO DE LUXO - VOLUME 1.
Como eu já disse, quando falaram pra Pollack que o Morrison era muito doido, ela respondeu: “Segura meu chazinho”.
O que tinha no chazinho, nunca saberemos. [amazon]
em março
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA vol. 8, James Owsley, Val Semeiks, Geof Isherwood e outros, panini
LÚCIFER: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 5, Mike Carey, Peter Gross, Ryan Kelly, Colleen Doran, panini
CONAN, O BÁRBARO 7, Jim Zub e Doug Braithwaite, panini
em abril
RASL, Jeff Smith, todavia
ainda este ano
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA VOL. 9, Val Semeiks, Michael Higgins, Ron Lim e outros, panini
ESTÁ TUDO BEM VOL. 2, Mike Birchall, suma
GIBI S.A., Shawna Kidman, veneta
vem aí
HOW TO e WHAT IF 2, Randall Munroe, companhia das letras
KRAZY & IGNATZ VOL. 2: 1919-1921, George Herriman, skript
SAPIENS VOL. 3, David Vandermeulen e Daniel Casanave, quadrinhos na cia.
FEEDING GHOSTS, Tessa Hulls, quadrinhos na cia.
mais BONE de Jeff Smith (e amigos), todavia
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS e ATRAVÉS DO ESPELHO, Lewis Carroll
+ Adrian Tomine, Dan Clowes, Shaun Tan, Will Eisner, Lucie Bryon, James Tynion IV, Joe Sacco
+ Gato Pete, Lore Olympus, Conan, Kull, Sonic
etc. etc. etc.
Todas as minhas traduções: ericoassis.com.br
DARKLY SHE GOES, Hubert e Vincent Mallié, cores de Bruno Tatti (trad. L. Benson), p. 143-144
David Mazzucchelli em RUBBER BLANKET n. 2 (1992).
“Os quadrinhos não vão partir seu coração, mas algumas pessoa do rolê sim. Aproveite a companhia daquelas que não irão.”
Leia os conselhos da Luísa Lacombe.
De Stephen Bissette, no Facebook.
Declaração de mãe de um dos assassinos de Columbine, Dylan Klebold. Em LONGE DA ÁRVORE, de Andrew Solomon (trad. Donaldson M. Garschagen, Luiz A. de Araújo e Pedro Maia Soares). Um de vários momentos do livro em que o meu corpo inteiro travou.
Aliás, terminei o livro depois de alguns meses de leitura (1056 páginas). Um dia tenho que trazer para cá tudo que anotei.
O que você acha de contribuir com a virapágina? Custa só R$ 16 por mês ou R$ 160 por ano.
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Meu nome é Érico Assis. Sou jornalista e tradutor. Escrevo profissionalmente sobre quadrinhos desde 2000, traduzo profissionalmente desde 2009. Sou um dos criadores do podcast Notas dos Tradutores, colaboro com o canal de YouTube 2Quadrinhos e com o programa Brasil em Quadrinhos do Ministério das Relações Exteriores. Dou cursos de tradução na LabPub. E escrevo esta nius.
Publiquei dois livros: BALÕES DE PENSAMENTO 1 e 2, disponíveis em formato digital e físico na Amazon.
Tem mais informações no meu website ericoassis.com.br.
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E que você vire ótimas páginas até a semana que vem.
bicho, fiquei emocionado ao ler este texto, por um monte de razões diferentes: 1) o fato de que a minha resenha da Claire Dederer te fez ir atrás do livro dela — o maior elogio para um resenhista. lembro que inicialmente a Folha tinha ficado resistente à pauta, porque nem havia previsão para uma edição brasileira, mas insisti e fico feliz de ter feito esse lobby; 2) a sua relação afetiva mas, ao mesmo tempo, de algum distanciamento intelectual com o Gaiman: identificação extrema e 3) cancelamento, e todas as considerações morais/éticas/estéticas que esse troço pressupõe e implica, está sem dúvida no meu top 3 assuntos que mais me interesso. é raro, quase impossível, ler e observar uma abordagem tão cuidadosa e atenta a nuances. obrigado por tudo, querido. e jamais pare.
Esse texto foi um soco no estômago. Não reli as partes da notícia, porque não ter a mesma sensação que tive de quando li. Mas ele também era um dos meus autores favoritos. Já estava planejando de tatuar "Faça boa arte" no braço quando saiu as notícias, mas agora acho que não vou mais fazer. Estava planejando reler Sandman também, mas agora vai levar um tempo, e tenho certeza que não vai ser a mesma coisa da primeira vez. Muito triste tudo isso. Que a justiça seja feita e que as vítimas encontrem paz.