039: QUINZE ANOS DE TRADUTOR
desde retalhos | minha semana | capitalismo | páginas viradas
Há quinze anos, no final de maio de 2009, a Companhia das Letras descarregou nas livrarias os quatro primeiros lançamentos do seu novo selo, Quadrinhos na Cia. Eram NOVA YORK, de Will Eisner; O CHINÊS AMERICANO, de Gene Luen Yang; JUBIABÁ, adaptação de Jorge Amado por Spacca; e RETALHOS, de Craig Thompson.
RETALHOS foi minha primeira tradução. Ali começou minha carreira de tradutor. Exatamente há quinze anos.
Eu tenho respostas prontas sobre minha vida de tradutor. As respostas estão na língua principalmente por conta das minhas aulas de tradução. As perguntas, principalmente no início do curso, costumam ser as mesmas.
“Qual foi a tradução que te deu mais trabalho?”
Todas. Cada quadrinho ou cada livro tem um tom, e o mais difícil é achar o tom de cada obra. Não interessa nem se é um autor que eu já traduzi – outro livro, do mesmo autor, tem outro tom. Eu nunca sei se vou conseguir, se vou achar esse tom. Então, a cada trabalho, bate um medo se vou chegar ao final, se vou ter que desistir, se vai dar tempo etc. Todas as traduções dão trabalho.
“Não entendo como sai tanta tradução com seu nome. Você subcontrata tradutores?” (Ou: “você tem minions?”)
Necessidade. A maioria dos tradutores no Brasil - e acho que no mundo - leva a tradução como segundo emprego ou bico. Eu e outra meia dúzia aí, não. Se você só traduz e quer pagar contas de adulto, vai ter que encarar um número de projetos que, para um leigo, parece improvável. Acho que não é tão diferente da carga de trabalho de um emprego normal. O fato é que sai um monte de livrinhos com meu nome - às vezes sai dez no mesmo mês, mas esses dez foram feitos em épocas muito diferentes - e parece que é muita coisa. É só um trabalho diário com tradução.
“Quando você se interessou por traduzir?”
Há trinta e quatro anos, caiu na minha mão um gibi do Homem-Aranha em inglês. Ler um gibi do Aranha em inglês era ser Nostradamus, porque os gibis do Aranha que chegavam aqui em português chegavam com quatro, cinco anos de atraso. (Quando que a Mary Jane ficou com esse cabelo? Ela e o Peter casaram???) Eu nunca havia tido uma aula de inglês e a internet não existia. Peguei o dicionariozão de inglês de dois quilos que meus pais tinham, sentei com ele e o gibi em inglês do Homem-Aranha e comecei a decifrar.
Há dezessete anos, eu era professor do curso de Jornalismo e queria passar um trecho de CONVERGENCE CULTURE, de Henry Jenkins, para meus alunos de Comunicação Comparada II. Traduzi o trecho, disponibilizei no blog da disciplina. Um amigo viu o trecho, passou para um amigo que queria ver o livro do Jenkins no Brasil. O amigo do amigo tinha contato numa editora, a gente bateu um papo, eu falei que queria traduzir e…
Não rolou. A editora preferiu uma pessoa mais experiente, da casa. Mas, como aquele trechinho que eu tinha traduzido havia ajudado o projeto a rolar, me contrataram como revisor técnico.
Troquei alguns e-mails com a tradutora e aprendi muita coisa. Mas teve um momento em que ela me perguntou, um tanto indignada com minhas sugestões sobre o trabalho dela: “por que você não pediu para traduzir você mesmo?” Falei que eu tinha pedido. ¯\_(ツ)_/¯
A Aleph já lançou e relançou CULTURA DA CONVERGÊNCIA duas ou três vezes, com meu crédito de revisão técnica. Anos depois tive minha chance de traduzir Jenkins do zero e completo: INVASORES DO TEXTO e um que nunca saiu, FÃS, BLOGUEIROS E GAMERS.
Há catorze anos e meio, caiu no colo da pessoa-editora a tradução de um quadrinho, coisa que a pessoa-editora nunca havia editado. A pessoa-editora foi atrás de referências: conversou com um amigo da Comix, loja de HQ de São Paulo, e o amigo disse que um cara que traduz muito quadrinho é o Érico, do Omelete.
Ela mandou um e-mail para o Érico Borgo apresentando o projeto, dizendo que gostava muito do trabalho dele, perguntando se ele estava disponível para traduzir. Borgo respondeu que o Érico tradutor era o outro, o Assis. Respondeu com cópia para mim. Eu e pessoa-editora fechamos essa tradução e, depois, mais umas dez. A editora da pessoa-editora não existe mais.
O caso é que, naquele momento ali, eu havia traduzido pouco, muito pouco, mas saía contando por todo lado que eu tinha traduzido RETALHOS. Foi quando eu lancei a hashtag #traduzi no Twitter. É óbvio que existiam outros tradutores de quadrinhos, mas eles não eram exibidos que nem eu. A ponto que, quando uma editora foi perguntar na Comix quem eles conheciam como tradutor de quadrinhos, o primeiro nome que lembraram foi o meu. Ou quase o meu. Obrigado, cara da Comix!
É outra resposta que eu tenho na língua: não sou o cara que mais traduz quadrinho no Brasil (o título é do meu amigo, o Mario Luiz C. Barroso), mas sou o mais exibido.
Há doze anos, eu estava traduzindo com regularidade para Companhia das Letras e Mythos/Panini, e sempre tinha projetos pingando de uma terceira ou quarta ou quinta editora. Também escrevia pro Omelete, coisa que me tomava duas ou três horas por dia.
Tomei a decisão: ia largar meu emprego de professor universitário. Ia trabalhar em casa, profissional autônomo, fazendo o que eu gosto. Ser meu próprio chefe! Meus horários! É agora ou nunca!
Seis meses depois, voltei para a universidade. Ser autônomo até dava mais dinheiro na conta, mas era muito incerto. O emprego na universidade tinha salário fixo, décimo-terceiro, FGTS, INSS, férias, desconto no plano de saúde. Se eu, empregado, ficasse doente, não ia trabalhar e recebia por aquele dia que eu não trabalhei. Autônomo doente não trabalha, mas também não recebe. Mesma coisa com: filhos doentes, quando seu pai ou sua mãe vão para o hospital, dia que falta luz, férias. Dava pra levar a vida com emprego na universidade e traduções. Mas com menos traduções, claro.
(Nesses quinze anos, dá para dizer que tirei férias umas cinco ou seis vezes. Numa delas - das poucas em que eu não levei computador, porque vai que precise, né -, o mercado editorial entrou em colapso com o calote de Saraiva e Cultura. Tenho medo de tirar férias.)
A redecisão durou dois anos. Há dez anos, me demiti de vez da universidade. Mudei de cidade, fui fazer doutorado. Ainda não voltei a ser professor efetivo.
Dez anos de autônomo. Dez anos sem décimo-terceiro. Fiquei doente algumas vezes, e teve outras emergências muito piores. Você tem que reservar um tempo que não conta como horas de trabalho, mas são horas que você precisa investir em bater papo para conseguir o trabalho do mês que vem. Férias não são pagas, são duas semanas que vão representar um mês de rendimento pela metade logo ali na frente. É sempre um terror. São dez anos assim.
Há dezoito anos, li numa entrevista com os editores da Pixel –
, Odair Braz Júnior, Cassius Medauar – que quem quisesse trabalhar com a editora devia escolher um quadrinho bem difícil, traduzir e mandar para eles avaliarem.Traduzi e mandei PROMETHEA n. 12 – aquela dos anagramas e das rimas – e DESOLATION JONES n. 1 – os diálogos afiados do Warren Ellis. Eles tinham falado para escolher um quadrinho bem difícil, mas escolher essas duas, para um tradutor sem experiência, foi a petulância do cavalo, Ivair. Não sei se eles iam considerar petulância uma qualidade do candidato, mas que foi petulância, foi.
Recebi um e-mail: “Obrigado pelo envio. Voltamos a nos falar.” Dezoito anos depois, ainda não voltamos a nos falar sobre esse assunto. A Pixel meio que fechou no ano seguinte.
Há quatro meses, recebi meus primeiros reparte de direitos autorais por tradução. Quase todos os contratos que eu assinei como tradutor não preveem reparte ou royalties – sou pago pelo serviço e é isso. Mas, no caso desse contrato, previa e, por acaso, o quadrinho vendeu e, por acaso, era um quadrinho caro. Foi como achar R$ 2300 no bolso de um casaco que você não usava desde o inverno passado.
Tradutor é autor, diz a lei e reconhecem os contratos. Mas é tratado, na prática, como prestador de serviço. Já tentei puxar esse papo sobre direitos autorais, royalties, porcentagens sobre preço de capa e repartes com algumas editoras. Algumas desconversaram, dois editores me disseram que era absurdo, alguns poucos toparam. Eu cada vez mais vejo esse papo como uma necessidade – um alívio pela falta de décimo-terceiro, FGTS e INSS, uma reserva para a (brrr) aposentadoria ou (brrrrrrrrr) para quando meus dedos pararem de funcionar. Quem sabe até herança para os filhos.
Tem tradutores que também não gostam desse papo. Acham que vai desvalorizar o pagamento como prestação de serviço. E lembram que a grande maioria dos livros não vende e, nos percentuais de D.A., não vão nem render moedinhas perdidas no bolso do casaco.
Mas tem os poucos que vendem. RETALHOS, pelo que me contam, está na 14ª edição. Fui pago uma vez, há quinze anos.
Há dez anos, como eu já falei, comecei meu doutorado em Estudos da Tradução. Concluí há seis anos. A sementinha do doutorado foi uma especialização em Tradução em Língua Estrangeira que comecei na mesma universidade em que eu lecionava, há dezesseis anos. Nenhum dos cursos ensinava a traduzir, mas sim a pensar a tradução. O que foi melhor do que ensinar a traduzir.
Há quatro anos, eu, o Mario Barroso e o Carlos Rutz lançamos o Notas dos Tradutores, um podcast sobre tradução, tradutores e traduzir.
Há três anos, dei minha primeira aula no Curso Prático de Tradução de Livros – Inglês-Português da LabPub. A décima turma do curso começa em julho (inscrições abertas). Também na LabPub, já comecei um Curso Prático de Tradução de Histórias em Quadrinhos – Inglês-Português (inscrições abertas, começa mês que vem) e um Curso Avançado de Tradução de Livros.
Tenho minhas tabelinhas de Excel para registrar os trabalhos, quase um diário de produção. Se não errei em nenhum registro, vou começar meu 791º projeto de tradução na semana que vem.
Mais de 500 foram quadrinhos. Uns 120 foram livros de verdade, só com letrinhas. Tem os infantojuvenis, alguns artigos, revisões de tradução. Tudo entra na conta. Pelo ritmo, o projeto mil vai chegar antes de eu completar vinte anos de tradutor.
Acho que não fui pago por três ou quatro. Pelo que me contam, isso é sorte. Ou meu desconfiômetro pra trambiqueiro é bom.
Faz quinze anos e meio que eu casei, e a coincidência quase perfeita entre ser casado e ser tradutor não deve ser coincidência. A Marcela acompanhou e acompanha cada projeto de várias maneiras, tomou as decisões mais complicadas comigo e assinamos vários livros juntos – ela como letreirista ou diagramadora. Faz nove anos que nós dividimos o mesmo escritório e eu não quero outra colega de trabalho, nem de vida.
Tem muito mais gente a quem eu tenho que agradecer por esses quinze anos, mas vou ficar em uma que estava lá no começo. Faz uns dezessete anos que um editor júnior da Companhia das Letras, André Conti, puxou papo sobre o selo de quadrinhos que a Companhia queria inaugurar. O papo virou a Quadrinhos na Cia. e a tradução de RETALHOS – que ele penou para editar, como só pode ter penado com o primeiro trabalho de um tradutor verde. Mas ele me chamou para a tradução seguinte e continuamos colaborando, quinze anos depois. Tive vários empurrões de incentivo durante esses quinze anos, mas o dele foi o principal.
Depois de RETALHOS veio UMBIGO SEM FUNDO. Depois veio HISTÓRIAS DA ANTIGUIDADE: CHINA ANTIGA, um ilustrado infantojuvenil. Vieram mais infantojuvenis, incluindo o primeiro grandão de prosa: O REI DO PICLES, 300+ páginas.
Veio SCOTT PILGRIM. A revista VERTIGO. KICK-ASS. Uma coleção de Shakespeare para crianças e um monte de adaptações de literatura para quadrinhos. DAYTRIPPER. LÚCIFER, que me acompanha até hoje, signifique isso o que significar. SUPERDEUSES. Peter Sís. A biografia do Eisner. METAMAUS. FLEX MENTALLO. SWEET TOOTH.
OS LIVROS DA MAGIA e vários lados B do Neil Gaiman. MARVEL COMICS: A HISTÓRIA SECRETA. Shaun Tan. A coleção MESTRES MODERNOS. Randall Munroe. OS INVISÍVEIS, completa, seguida de PATRULHA DO DESTINO, completa. Seis livros do Chuck Palahniulk. Thierry Groensteen e Tintim, quando resolveram que eu traduzia do francês (não fui eu que disse que traduzo do francês, foram eles; eu acreditei). OS 13 TIQUE-TAQUES. ROSALIE LIGHTNING. Muito Juiz Dredd. A biografia do Jim Henson de 700 páginas que nunca saiu. DESAPLANAR.
GHOST WORLD. TANK GIRL. BONE, do início ao fim. Agatha Christie (com direito a press release em que fui anunciado como um dos tradutores). MOONSHADOW. PEANUTS, PEANUTS, PEANUTS, dois anos traduzindo, pesquisando e pensando em Charles Schulz e PEANUTS. DUNA. O GATO PETE. Revisar a tradução de RUSTY BROWN do Caetano Galindo e aprender muito. MONSTROS. As notas de PAI DE MENTIRA e as notas de MAXWELL, O GATO MÁGICO. ÔNIBUS. Quatro do Adrian Tomine. THE COMPLETE EIGHTBALL. SAPIENS em quadrinhos. CONAN, mais de cem gibis do CONAN. LORE OLYMPUS.
E a continuação de RETALHOS, assim espero, no ano que vem.
Quinze anos depois, tive uma semana relativamente tranquila e em que me senti produtivo. Semanas assim são bem raras.
Pelas manhãs, revisei o PROJETO CAMALOTE. A semana rendeu 138 laudas.
Comecei as tardes revisando tiras do PROJETO TYLENOL. As 183 estão revisadas. Falta acertar uns detalhes com a editora antes de revisão final.
Depois, embarquei no PROJETO CAPETA A QUATRO. É quadrinho, e é comprido. Saíram 93 páginas durante a semana. Hoje eu faço mais, se sobrar tempo.
Terminei cada dia com FEEDING GHOSTS. Estou orgulhoso de conseguir manter o ritmo da revisão em um capítulo por dia. Foram 151 páginas durante a semana. Faltam quatro capítulos.
Saiu minha resenha de ESPORTE É DE MATAR, de Ben Passmore, na Folha de S. Paulo. A Editora Veneta fez uns cards para divulgar trechos do texto.
E não estou no FIQ, queria muito estar no FIQ, fiquei meses contando com os papos legais que esse FIQ ia render, as pessoas que eu só encontro no FIQ, o pão de queijo de BH e foi uma péssima ideia não pagar mais caro do que o previsto e gastar mais horas de viagem até achar um aeroporto desse estado que não estivesse embaixo d’água para ir a esse FIQ. Mas não vamos tratar desse assunto.
Os links abaixo são de trabalhos meus que foram lançados há pouco ou serão lançados em breve. Comprar pelos links da Amazon me rende uns caraminguás. Se puder, use os links. As datas podem mudar a qualquer momento e eu não tenho nada a ver com isso.
em maio
LADRAS, Lucie Bryon, risco [tradução minha e de Ilustralu]
A MANSÃO HOLLOW, Agatha Christie, harpercollins brasil
O GATO PETE E OS BOLINHOS DESAPARECIDOS, James Dean e Kimberly Dean, harpercollins brasil
CONAN, O BÁRBARO 3, Jim Zub, Dale Eaglesham e outros, panini
OS INVISÍVEIS EDIÇÃO DE LUXO vol. 1, Grant Morrison, Steve Yeowell, Steve Parkhouse e vários, panini
A BRIGADA DOS ENCAPOTADOS, K.W. Jeter, John K. Snyder III, Dave Louapre, Dan Sweetman, Alisa Kwitney, Guy Davis, John Ney Rieber, John Ridgway, panini
VAMPIRO AMERICANO: EDIÇÃO DE LUXO VOL. 5, Scott Snyder, Rafael Albuquerque, Tula Lotay, Francesco Francavilla, panini
SURFISTA PRATEADO: LIBERDADE [EPIC COLLECTION], Stan Lee, John Byrne, Steve Englehart, Marshall Rogers, Joe Rubinstein, Joe Staton, Jack Kirby e outros, panini
SANDMAN APRESENTA VOL. 10: BRUXARIA, James Robinson, Peter Snejbjerg, Michael Zulli, Steve Yeowell, panini
KULL: A ERA CLÁSSICA VOL. 2, Roy Thomas, Don Glut, Gerry Conway, John Severin, Marie Severin e outros, panini
CHEW: O SABOR DO CRIME VOL. 4: RECEITAS DE FAMÍLIA, John Layman e Rob Guillory, devir
POR ORDEM DOS PEAKY BLINDERS, Matt Allen, culturama (em novo formato)
MOONSHADOW, J.M. DeMatteis, Jon J. Muth, pipoca & nanquim (reimpressão)
em junho
LORE OLYMPUS VOL. 4, Rachel Smythe, suma
O PRIMEIRO GATO NO ESPAÇO E A PIZZA (QUASE) IMPOSSÍVEL, Marc Barnett & Shawn Harris, todavia
CONAN, O BÁRBARO: A ERA CLÁSSICA VOL. 8, James Owsley, Val Semeiks, Geof Isherwood e outros, panini
O UNIVERSO DE SANDMAN: PAÍS DOS PESADELOS vol. 2, James Tynion IV, Leandro Estherren, Patricia Delpeche, Maria Llovet, panini
STRANGER THINGS: KAMCHATKA, Michael Moreci e Todor Hristov, panini
em julho
NICKY & VERA: O DISCRETO HERÓI DO HOLOCAUSTO E AS CRIANÇAS QUE ELE SALVOU, Peter Sís, companhia das letrinhas
OS INVISÍVEIS EDIÇÃO DE LUXO vol. 2, Grant Morrison, Steve Yeowell, Steve Parkhouse e vários, panini
CONAN, O BÁRBARO 4, Jim Zub, Doug Braithwaite e outros, panini
LOBO OMNIBUS VOL. 1, Keith Giffen, Alan Grant, Val Semeiks, Martin Emond e outros, panini (traduzi um terço do omnibus)
em outubro
MINHA COISA FAVORITA É MONSTRO - LIVRO 2, Emil Ferris, quadrinhos na cia.
Saiu este mês a reimpressão de MOONSHADOW, uma das traduções que bateram mais fundo na alma deste tradutor. Li quando era adolescente, reli várias vezes antes de traduzir. Foi um privilégio. De brinde, virei bestie do J.M. DeMatteis. [amazon]
vem aí
SHORTCOMINGS, Adrian Tomine, nemo
HOW TO e WHAT IF 2, Randall Munroe, companhia das letras
KRAZY & IGNATZ VOL. 2: 1919-1921, George Herriman, skript
SENHOR DAS MOSCAS, Aimée de Jongh, suma
O ABOMINÁVEL SR. SEABROOK, Joe Ollmann, quadrinhos na cia.
SAPIENS VOL. 3, David Vandermeulen e Daniel Casanave, quadrinhos na cia.
COMIC BOOKS INCORPORATED, Shawna Kidman
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS e ATRAVÉS DO ESPELHO, Lewis Carroll
mais BONE de Jeff Smith (e amigos), todavia
+ Adrian Tomine
+ Tom Gauld
+ Dan Clowes
+ Shaun Tan
+ Will Eisner
+ Guilherme Karsten
+ Oliver Jeffers
+ Gato Pete
+ Agatha Christie
+ Mike Birchall
+ Lore Olympus
Todas as minhas traduções: ericoassis.com.br
Assistindo RIPLEY, na Netflix, um pouco atrasado. Um episódio por dia. Torcendo que não termine.
Li em algum lugar (desculpe não achar o autor ou autora) e parafraseio: “O Ripley é legal porque só mata para ficar de boa, lendo seus livrinhos.”
Por acaso li esses dias FLUNG OUT OF SPACE, de Grace Ellis e Hannah Templer, um recorte biográfico sobre a autora de Ripley, Patricia Highsmith, mais focado na época em que ela escrevia quadrinhos - e detestava. [amazon]
EM PERFEITO ESTADO, Juscelino Neco, p. 17. [amazon]
Cada vez mais obcecado pelo trabalho do Werther Dell’Edera: pela narrativa, pelos recortes dos quadros, aquela boca no quadro 5. Essa página é de SOMETHING IS KILLING THE CHILDREN vol. 5 (roteiro de James Tynion IV, cores de Miquel Muerto, letras da Andworld Design).
Essa é de BATMAN/DYLAN DOG, com Gigi Cavenago. Não sei quem fez o quê no desenho, mas a sacada nos crops parece do Dell’Edera. (Roteiro de Roberto Recchioni, cores de Giovanna Niro.)
TRÊS CAMADAS DE NOITE,
, p. 105. [amazon]O MUNDO DE SOFIA EM QUADRINHOS vol. 1, Vincent Zabus e Nicoby, com cores de Philippe Ory, baseado no livro de Jostein Gaarder. [amazon]
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A virapágina é a newsletter de Érico Assis. Sou jornalista e tradutor, e escrevo profissionalmente sobre quadrinhos desde 2000. Publiquei dois livros: BALÕES DE PENSAMENTO 1 [amazon] e 2 [amazon]. Tem mais informações no meu website ericoassis.com.br.
Que você vire ótimas páginas até a semana que vem.
Um em cada três infantis que a gente lê por aqui têm a tradução do "Éicu Amigo da Momoin". (Ela acha que você é primo ou tio do Gato Pete.) Adorei ler sobre a sua trajetória... Só acho que faltou citar o "Táticas lúdico-midiáticas", que eu li comendo pipoca. E obrigada pela citação!
Vim aqui pra duas coisas. Primeiro, te dar os parabens pelos 15 anos desse grande trabalho! Segundo, momento desabafo de ver o efeito borboleta do governador ter sido avisado da possibilidade de vir uma super enchente, mas "ter outras agendas" pra se preocupar. E claro, a enchente veio. Pessoas morreram, ficaram desabrigadas, um estado devastado, a gente não pode ir pro FIQ (nem a Ana Koehler que seria homenageada esse ano pode ir, imagina) e por fim, eu não consigo comprar o Moonshadow pq a Amazon não tá entregando nada aqui pra Pelotas 😭😭😭 O que eu odeio o Dudu Milk não tá escrito.